Na manhã deste domingo (15), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MPTO) prendeu o ex-governador Mauro Carlesse. A ação ocorreu durante o cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal de Palmas.
A prisão foi realizada na Fazenda Joia Rara, propriedade de Carlesse localizada no município de São Salvador, próximo à cidade de Peixe, no sul do Tocantins. A decisão judicial foi fundamentada em indícios que apontam para um possível plano de fuga do ex-governador para o exterior. O MPTO não forneceu mais detalhes sobre o esquema de fuga ou as suas motivações.
Prisão de Ex-Secretário Claudinei Quaresemin
Além de Mauro Carlesse, também foi decretada a prisão preventiva de Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins. A detenção de Quaresemin está vinculada a uma investigação de suposto envolvimento em uma organização criminosa acusada de fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
O nome de Quaresemin surgiu durante as investigações da Operação Overclean, deflagrada na terça-feira (10) pela Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União. A operação teve como alvos empresários e gestores de órgãos públicos na Bahia, São Paulo, Goiás e Tocantins. No total, 16 pessoas tiveram a prisão decretada.
Esquema de corrupção envolveu mais de R$ 59 milhões
De acordo com a investigação, Quaresemin teria favorecido uma das empresas investigadas em licitações da Secretaria de Educação do Estado do Tocantins (Seduc) e da Secretaria de Estado da Administração (Secad). O esquema teria movimentado mais de R$ 59 milhões entre 2021 e 2024. Os valores pagos pela Seduc e pela Secad à empresa investigada foram distribídos da seguinte forma: R$ 13,5 milhões em 2021, R$ 18,6 milhões em 2022, R$ 18,1 milhões em 2023 e R$ 8,9 milhões em 2024.
Depósitos de R$ 805 mil em contas de terceiros
As investigações apontam ainda que, para favorecer a empresa beneficiária do esquema, Quaresemin teria intermediado o pagamento de valores para pessoas físicas e jurídicas indicadas por ele. As transações financeiras somaram cerca de R$ 805,4 mil em vários depósitos.
Investigações em Andamento
As autoridades seguem com as apurações para esclarecer todos os detalhes das irregularidades e identificar outros possíveis envolvidos. A operação conta com a participação de órgãos de controle e de investigação federais e estaduais. O ex-governador Mauro Carlesse e o ex-secretário Claudinei Quaresemin permanecem à disposição da Justiça.








