DPE-TO aciona Justiça para adaptar teste físico de concurso da PM e incluir regras específicas para mulheres e lactantes

 

O Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem), da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP) para garantir condições justas e proporcionais às mulheres nos Testes de Aptidão Física (TAF) do concurso da Polícia Militar do Tocantins (PMTO). A ação foi protocolada na segunda-feira, 26, após a ausência de resposta a uma recomendação enviada em março para adequar o edital do certame.

A defensora pública Pollyana Lopes Assunção, coordenadora do Nudem, destaca que a ACP se baseia em princípios constitucionais, técnicos e legais que reconhecem a necessidade de diferenciação dos testes físicos entre homens e mulheres. Um parecer técnico anexado à ação evidencia as diferenças biomecânicas entre os sexos, especialmente na força dos membros superiores, tornando o atual critério do teste de barra fixa feminino desproporcional e discriminatório.

Segundo a ACP, aplicar o mesmo padrão físico para ambos os sexos fere o princípio da isonomia previsto no artigo 5º, inciso I, da Constituição Federal. Além disso, a manutenção desse critério viola os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, pois impõe uma exigência excessivamente excludente para as candidatas do sexo feminino. A ação também aponta que tal prática contraria a Lei nº 9.029/1995, que proíbe discriminação no acesso a emprego público.

Pedido de adequação no edital e medida provisória

A Defensoria Pública requer a retificação imediata do edital do concurso, propondo que o teste de barra fixa feminino seja adaptado para incluir sustentação isométrica por no mínimo 10 segundos, com duas tentativas permitidas critério já adotado em concursos anteriores da PMTO. A ação pede ainda a concessão de tutela provisória de urgência para que essa alteração seja aplicada já nas próximas etapas do certame.

Inclusão de condições para candidatas lactantes

Além das adequações físicas, o Nudem também reivindica que o edital contemple condições específicas para candidatas lactantes, garantindo-lhes um ambiente adequado para a realização dos testes. A Defensoria solicita que a banca organizadora disponibilize um modelo padrão de requerimento para essas candidatas e crie um canal digital para facilitar o envio desses pedidos, assegurando a participação digna e igualitária dessas mulheres no concurso.

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Mais Notícias