Servidores públicos são alvos de operação por extorsão e superfaturamento de impostos no Tocantins
A coordenação da ação ficou a cargo do Ministério Público do Tocantins (MPTO), através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), com suporte da Polícia Civil
Na tentativa de desmantelar um suposto esquema de corrupção, foram executados mandados de busca e apreensão em Araguaína e Brasília, nesta quinta-feira, 28. A investigação aponta o envolvimento de servidores da Delegacia Regional da Fazenda, acusados de superfaturar impostos e extorquir contribuintes mediante cobrança de propinas.
A coordenação da ação ficou a cargo do Ministério Público do Tocantins (MPTO), através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), com suporte da Polícia Civil. Batizada de Operação Espórtula, a iniciativa teve autorização judicial para o cumprimento de cinco mandados em locais estratégicos.
Denúncia revelou esquema envolvendo imóveis rurais
A apuração começou após um advogado denunciar práticas ilícitas ao MPTO. Conforme relato, servidores inflavam propositalmente o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), prejudicando contribuintes proprietários de imóveis rurais. Em seguida, o grupo propunha abatimento do imposto em troca de pagamentos ilegais, utilizando o termo “merenda” como código nas negociações.
Retaliações e indícios de enriquecimento ilícito
Segundo revelam as investigações, quem não aceitava o pagamento da propina enfrentava retaliações, incluindo cobranças indevidas e bloqueios nos processos tributários. As movimentações financeiras dos suspeitos também despertaram atenção, pois eram incompatíveis com os rendimentos declarados, sugerindo enriquecimento ilícito e possíveis práticas de lavagem de dinheiro.
Materiais apreendidos durante a operação
Durante a execução dos mandados, foram recolhidos diversos materiais, como documentos, equipamentos eletrônicos e celulares. Esses itens serão analisados para ampliar a base de provas e aprofundar as investigações em curso.
Origem do nome da operação
O termo “Espórtula”, usado para nomear a ação, tem raízes na Roma Antiga, onde designava pequenas gratificações. A escolha remete diretamente à prática de propinas identificada no esquema, reforçando a conexão entre o contexto histórico e as atividades ilegais apuradas.