A Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou a identidade dos homens mortos em um confronto com a polícia durante uma operação que fechou uma fábrica clandestina de cigarros em Dianópolis. As vítimas foram identificadas como Marcos Alberto Meireles, de 49 anos, e Rosinaldo Romualdo de Souza, de 46 anos. Ambos estavam, segundo a polícia, encarregados da segurança do local.
O confronto aconteceu na zona rural de Dianópolis, na tarde do último domingo, 27 , quando a Polícia Militar descobriu a fábrica. Além das mortes, um homem suspeito de gerenciar o local foi preso. Os corpos foram encaminhados ao Núcleo de Medicina Legal de Natividade, onde passarão por exames de necropsia.
A descoberta da fábrica ilegal foi possível devido a uma colaboração entre as polícias de Tocantins, Pernambuco e Bahia. Localizada em uma fazenda isolada, a estrutura era equipada para fabricar até 1 milhão de cigarros diariamente, utilizando maquinário sofisticado e matéria-prima em larga escala.
Depoimento e condições de trabalho na fábrica
O homem preso em flagrante admitiu que trabalhadores eram trazidos do Paraguai para atuar na produção. O local incluía alojamentos para até 18 pessoas, onde os trabalhadores eram mantidos sem poder sair, configurando uma situação de trabalho análogo à escravidão, segundo o comandante da PM, Coronel Márcio Antônio Barbosa. Mas, não havia trabalhadores presentes durante a operação.
Disfarce da operação ilegal e materiais apreendidos
Para disfarçar a operação, a fazenda era apresentada como uma propriedade rural dedicada à criação de animais. Entre os itens apreendidos, estavam caminhões, 25 toneladas de tabaco bruto, 12 bobinas de papel de uma tonelada cada, 815 caixas de cigarros prontos (totalizando 12,3 toneladas), 126 caixas de filtros (cerca de 2,5 toneladas) e diversos maquinários.
Estrutura profissional e investigações em andamento
A Polícia Federal também participou da operação e identificou que o galpão possuía isolamento térmico e acústico. A fábrica produzia seis marcas de cigarro, simulando origem paraguaia para comercialização no Brasil. O delegado João Marcos Monteiro afirmou que a estrutura e a apresentação dos produtos indicavam um nível de profissionalismo elevado.
Máquina furtada e trabalho sazonal
Uma das máquinas da fábrica será investigada pela Polícia Federal, pois pode ser a mesma que foi furtada no Rio de Janeiro em março deste ano. Embora não houvesse trabalhadores no local durante a operação, a suspeita é de que eles atuavam de forma temporária, frequentando a fábrica apenas em períodos específicos.