DPE-TO aciona Justiça para suspender concurso da PMTO até correção do edital

 

A Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), através do Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas (Nuamac) de Palmas, entrou com uma Ação Civil Pública (ACP) na terça-feira, 24. O objetivo é solicitar a suspensão do concurso da Polícia Militar do Tocantins (PMTO) até que o edital seja corrigido para incluir a reserva de vagas destinadas a Pessoas com Deficiência (PCD).

A Defensoria defende que 5% das vagas do concurso sejam destinadas a candidatos com deficiência. Além disso, solicita a reabertura do prazo de inscrição para que esses candidatos possam se inscrever.  O Nuamac de Palmas argumenta que a justificativa de que as funções policiais exigem condições específicas que impossibilitariam a inclusão de PCDs não é válida sem uma análise mais detalhada.

O coordenador do Nuamac Palmas, defensor público Arthur Luiz Pádua Marques, explica que a exclusão total de candidatos com deficiência sem uma avaliação individualizada é contrária ao princípio da igualdade e da dignidade da pessoa humana. Segundo ele, a reserva de vagas é um mecanismo que busca corrigir desigualdades e garantir a participação efetiva de PCDs no serviço público.  “A reserva de vagas não é um privilégio, mas uma medida de compensação que visa corrigir desigualdades históricas e garantir a efetiva participação de pessoas com deficiência na vida pública”.

Avaliação individualizada

A Defensoria reconhece que algumas deficiências podem impedir determinadas atividades dentro da Polícia Militar. Contudo, defende que cada caso seja analisado individualmente para que os candidatos com deficiência possam ser designados a funções compatíveis com suas condições, sem prejuízo para o serviço público.

Pedido de mudanças na seleção

Na ação, a Defensoria também pede que a Junta de Saúde do concurso avalie apenas se o candidato possui ou não uma deficiência, sem impedir automaticamente sua participação. Caso a pessoa tenha condições de exercer um cargo de forma adaptada, deve ser garantida sua admissão.

Detalhes do concurso

O concurso da PMTO oferece um total de 660 vagas, com salários que podem chegar a R$ 10.842,13. As inscrições estão abertas entre 17 de março e 15 de abril, sob organização da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

As vagas estão distribuídas da seguinte forma:

  • 580 para soldados (QPPM);
  • 20 para soldados especialistas em música (QPE);
  • 60 para oficiais (QPES).

O edital também reserva 10% das vagas para candidatos negros, 5% para candidatos indígenas e 5% para candidatos quilombolas. As provas estão marcadas para o dia 15 de junho de 2025, das 8h às 12h, no horário de Brasília.

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
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