Eis que lhe vejo e está completamente sarado de medo das almas. Está tão puro que acho que em essência você num perto líquido colado a minha pessoa. Loucamente colado.
Tenho certeza que não tenho cura, nem paciência. Jamais entendo o embolado humano de seres desumanos que não sabem rir de si mesmos. Apenas penso em você, é mais fácil.
Esta mania me aniquila porque está tudo infiltrado na linfa, nos menores vasos que nunca vi e mesmo assim enlaçam-se todos os dias na minha pele.
Agora estou calma, sai de casa e comprei um pequeno bolo cheio de morangos. Vou sentir o doce, porque é o doce mais supremo da cidade, e penso que é você, meu alimento, e me alimento, devaneio.
Este alimento está intacto no subconsciente de vidas, existências, e sou sentimental.
Falo palavras bobas, pois elas querem falar francês, inglês, linguística arcaica quando sentem o seu gosto doce.
Você é imaginário e deve ter largos braços brancos. Por acaso já comprou meu presente imaginário de Natal?
Conversou com Deus, hoje? Desenhou algum gatinho.
Não conte a ninguém, mas eu queria muito que a felicidade se materializasse e levasse o meu bolo de morangos para sua boca.
Ele é um bolo lindo e comprado numa doceria chique de Brasília. E assim você entenderia o sabor da vida, a vida linda e doce, pronta e divina, enfeitada por uma cobertura branca de chantilly.
Estou exausta, e estudo muito, mas de vez em quando deliro no sabor do amor impregnado neste bolo de morangos.
A mistura do imaginário com o real são sentimentos daqueles que conhecem o segredo dos morangos e o pavor de um prato frio.
Delícia.