DPE pede investigação sobre denúncia de racismo em desfile infantil no Tocantins

A denúncia foi encaminhada pelo Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial

 

A Defensoria Pública do Tocantins, por meio do Núcleo Especializado de Questões Étnicas e Combate ao Racismo (Nucora), enviou um pedido formal à Secretaria de Educação de Palmeirópolis. A solicitação busca esclarecimentos sobre uma possível prática racista durante um desfile cívico com crianças de uma escola municipal. Segundo informações, alunos participaram vestidos de personagens como “senhores”, “sinhás” e “escravos”, e algumas crianças usavam acessórios que simulavam correntes.

O evento, que integrou as comemorações do Dia da Independência, aconteceu em setembro e gerou repercussão após a Defensoria receber imagens do desfile. O vídeo mostra crianças caracterizadas para retratar o período da escravidão. Relatos indicam que alunos negros e pardos desfilaram com algemas falsas, enquanto crianças brancas estavam com trajes que remetiam a figuras da elite da época.

A denúncia foi encaminhada pelo Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial. Para proteger a identidade das crianças, a Defensoria optou por não divulgar o material recebido. O Nucora reforçou que escolas, autoridades públicas e a sociedade têm o dever de promover uma educação que combata o racismo e respeite a dignidade das crianças, evitando práticas que reforcem discriminação ou sofrimento.

Investigação e providências solicitadas

O núcleo pediu que a Secretaria de Educação inicie uma apuração para identificar quem foi responsável pela escolha do tema e organização do desfile. O Nucora também destacou a importância de tomar medidas para garantir que situações similares não ocorram no futuro, além de responsabilizar adequadamente os envolvidos.

Nota pública com apoio de outros núcleos

Diversos núcleos da Defensoria Pública se uniram ao Nucora e emitiram uma nota pública sobre o caso. Entre eles, estão os Núcleos de Ações Coletivas (Nuamac), o Núcleo de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Nudeca) e o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (NDDH).

Na nota, os núcleos classificaram o caso como um reflexo do racismo estrutural no Brasil, afirmando que ele banaliza um período de sofrimento da história nacional. A Defensoria reafirmou o compromisso de combater práticas discriminatórias e de promover o respeito nos ambientes escolares.

 

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