MPTO cobra do Estado e Prefeitura de Palmas ações urgentes para saúde mental de policiais e agentes de segurança

 

O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), entrou com uma ação civil pública pedindo que o Estado e a Prefeitura de Palmas adotem medidas urgentes para cuidar da saúde mental e prevenir casos de suicídio entre integrantes das forças de segurança. A solicitação, com pedido de decisão imediata, determina que as ações sejam implantadas em até 90 dias.

Assinada pelos promotores de Justiça Paulo Alexandre Rodrigues de Siqueira e Rafael Pinto Alamy, a ação exige que diversos órgãos como a Secretaria de Segurança Pública, a Secretaria de Cidadania e Justiça, os comandos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, a Delegacia-Geral da Polícia Civil, a Superintendência de Administração do Sistema Prisional e a Guarda Metropolitana de Palmas tomem providências concretas e rápidas.

O MPTO quer que os entes estadual e municipal apresentem, dentro do prazo de três meses, um Plano Detalhado de Prevenção ao Suicídio e Apoio Psicológico, seguindo os padrões da Lei Federal nº 14.531/2023 e do Programa Pró-Vida. Esse plano deve conter pelo menos:

  • Acompanhamento psicológico e médico contínuo;

  • Treinamentos e campanhas de orientação sobre saúde mental;

  • Canais de apoio emocional acessíveis, sigilosos e confiáveis;

  • Metas claras, prazos e formas de monitorar o cumprimento.

Treinamentos obrigatórios e exames anuais

A proposta também prevê que, após a criação do plano, sejam oferecidos cursos obrigatórios todos os anos sobre o tema, além da realização de exames de saúde mental e física, de forma periódica, para todos os profissionais. A ideia é detectar precocemente qualquer sinal de sofrimento psíquico e garantir atendimento adequado.

Afastamentos por adoecimento mental crescem no Tocantins

A iniciativa do MPTO surgiu após levantamento interno revelar dados preocupantes: entre 2019 e 2023, um total de 743 policiais militares pediram afastamento das funções por questões de saúde mental. Isso equivale, em média, a quase 150 afastamentos por ano, ou seja, um caso a cada três dias.

Números em nível nacional também acendem alerta

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 apontou que, nos anos de 2022 e 2023, foram registrados 183 suicídios de policiais militares e civis na ativa em todo o país. Esses números reforçam a necessidade de ações urgentes também no Tocantins.

Medida judicial foi tomada após tentativa anterior sem retorno

Em 2014, o MPTO já havia feito uma recomendação para que as instituições elaborassem um plano preventivo, mas nenhuma medida efetiva foi adotada. Diante da continuidade da omissão, da gravidade da situação e do risco à vida dos profissionais da segurança, o Ministério Público decidiu recorrer ao Judiciário.

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
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