Com dados alarmantes, MPTO discute com autoridades medidas contra desaparecimentos no Estado

 

Na segunda-feira, 7, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) se reuniu com autoridades da Segurança Pública do Estado para discutir formas de melhorar a atuação no combate ao desaparecimento de pessoas.

O encontro aconteceu por causa de um dado preocupante: só no último ano, foram registrados 589 desaparecimentos no Tocantins, sendo 219 só em Palmas o que significa que, na capital, desaparece uma pessoa a cada dois dias, em média.

A reunião foi liderada pela promotora de Justiça Cynthia Assis de Paula, que coordena o setor do MPTO voltado aos direitos humanos e cidadania. Ela explicou que o objetivo do encontro foi ouvir os envolvidos e buscar soluções conjuntas. “O desaparecimento de pessoas é um fenômeno complexo, de múltiplas causas, mas percebemos que os fluxos de trabalho estão deficitários”.

Ela também destacou que o setor responsável pelas investigações, a Polinter, está sobrecarregado por falta de pessoal, de procedimentos bem definidos e de uma rede eficiente entre os órgãos.   “O caso do desaparecido acaba se tornando outro problema para a Segurança Pública, já que a pessoa desaparecida hoje pode ser a vítima de um estupro ou de um homicídio amanhã”.

Além disso, ela reforçou que a falta de apoio na saúde pública também contribui para o aumento da vulnerabilidade das pessoas em situação de risco.

Concurso público é solução a longo prazo, mas há pressa

O secretário de Segurança Pública do Tocantins, Bruno Azevedo, participou da reunião e disse que a principal medida para resolver o problema seria um novo concurso para a Polícia Civil. Contudo, o cronograma apresentado por ele prevê que os aprovados só devem ser nomeados em janeiro de 2027.

A promotora Cynthia considerou essa previsão muito distante, diante da urgência dos casos.  “O concurso é fundamental, mas não podemos esperar até 2027 sem procurar uma solução”.

Durante a reunião, também ficou evidente que há falhas na comunicação entre os órgãos envolvidos no atendimento e que falta um fluxo de trabalho bem definido para lidar com os desaparecimentos.

Próximos encontros estão marcados para agosto

Diante dos problemas apontados, ficou acertado que haverá novas reuniões em agosto. Dessa vez, devem participar também outros setores, como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, equipes da saúde e da assistência social, tanto do Estado quanto do município de Palmas.

A ideia é continuar o debate e construir um modelo de atendimento que funcione melhor, com mais integração entre os órgãos envolvidos e uma resposta mais rápida e organizada para os casos de desaparecimento.

 

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Mais Notícias