Padre é condenado por abusar de jovem atraído ao Tocantins com promessa de entrar em seminário

Padre é condenado por abusar de jovem atraído ao Tocantins com promessa de entrar em seminário
Foto: Reprodução/TV Anhanguera

 

A Justiça confirmou em segunda instância a condenação do padre Marcos Aurélio Costa da Silva, que recebeu pena de oito anos de prisão por abusar sexualmente e manter um jovem de 18 anos em cárcere privado.  Segundo o processo, o padre atraiu o rapaz de Pernambuco para Palmas prometendo ajudá-lo a entrar em um seminário católico.

De acordo com os autos, o padre foi preso no dia 26 de agosto de 2019, depois que a polícia apurou que ele chamou o jovem para o Tocantins com a promessa de enviar uma carta de recomendação vocacional. Ele dizia que ela “precisaria ser assinada de próprio punho”.

Ainda segundo o que foi apurado, Marcos Aurélio fazia pedidos totalmente impróprios ao jovem, como envio de fotos, massagens e chegou a afirmar que os dois dividiriam o mesmo quarto quando o rapaz chegasse à capital, pois ele teria que “se acostumar com a vida de missionário”.

A defesa do padre informou, por telefone, que houve um voto divergente no julgamento do recurso e, por isso, entrou com um pedido chamado embargos infringentes. Agora, aguarda a nova análise do tribunal.

Como o crime foi descrito no processo

A decisão da desembargadora Ângela Haonat reformou a sentença de primeira instância, que havia absolvido o acusado.  Na apelação, o Ministério Público explicou que o padre levou o jovem até Palmas usando sua posição religiosa para ganhar confiança. Já na capital, o rapaz acabou hospedado na casa de Marcos Aurélio, onde teria sido forçado a beber álcool e submetido à violência sexual.

O Ministério Público também lembrou que o padre já tinha um histórico problemático: em 2015, quando atuava em uma paróquia em Peixe, chegou a ser preso suspeito de mostrar pornografia a um adolescente de 16 anos.

Fuga e denúncia

O processo relata que o jovem ficou trancado na casa até conseguir escapar, quando o padre esqueceu a chave na porta.  Ele fugiu a pé, sem documentos, e chegou à delegacia muito abalado, como relataram os policiais que o atenderam na época.

Condenação e situação atual

Marcos Aurélio foi condenado a oito anos de reclusão, em regime inicial semiaberto. Apesar disso, a desembargadora permitiu que ele continue respondendo em liberdade enquanto aguarda o julgamento dos recursos.

Mesmo com o pedido de pagamento por danos morais à vítima, a Justiça não fixou valor de indenização mínima.

 

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Mais Notícias