Processo de impeachment contra o prefeito de Colinas é suspenso pela Justiça após denúncia de irregularidades; entenda

Processo de impeachment contra o prefeito de Colinas é suspenso pela Justiça após denúncia de irregularidades; entenda
Foto: Divulgação

 

A Justiça decidiu, em caráter liminar, parar o andamento do processo de impeachment aberto pelos vereadores de Colinas do Tocantins contra o prefeito Josemar Carlos Casarin (União), conhecido como Kasarin. A decisão veio da 1ª Vara Cível da cidade e ainda pode ser contestada.

O processo político-administrativo tinha sido iniciado em outubro de 2025, depois que duas denúncias foram apresentadas contra o prefeito. A principal acusava Kasarin de receber, de forma indevida, cerca de R$ 144 mil a mais no salário dinheiro referente a 13º, férias vencidas e retroativos.  A defesa do prefeito argumentou que o processo estava cheio de falhas e sem a transparência necessária.

Segundo a Justiça, a defesa informou que o prefeito mal conseguiu se defender porque foi avisado da audiência com menos de 24 horas de antecedência e ainda teve dificuldade para acessar documentos do processo.  Também foram apontadas dúvidas sobre a autenticidade de alguns papéis apresentados na denúncia.

Juiz suspende tudo até nova ordem

Diante das informações, o juiz mandou suspender o processo político-administrativo nº 001/2025 até que a própria 1ª Vara ou um tribunal superior dê uma nova decisão. Nenhum passo pode ser dado no processo, nem mesmo votar o relatório final.

O juiz afirmou na decisão que, considerando uma análise inicial do caso, os elementos apresentados indicam que as alegações têm base jurídica. Por isso, segundo ele, o Judiciário deve agir com cautela para garantir que o processo siga dentro da legalidade, especialmente diante do risco de violação de garantias constitucionais básicas.

Ele ainda definiu multa diária de R$ 1 mil, que pode chegar a R$ 100 mil e ser aumentada, caso a determinação não seja cumprida.

O que dizem as denúncias

As denúncias foram entregues em 17 de outubro de 2025, e os vereadores autorizaram o início do processo de impeachment dez dias depois, em 27 de outubro.

A primeira denúncia afirma que o prefeito recebeu R$ 144.666,66 em dezembro de 2024, incluindo retroativos de 13º salário de 2021, 2022 e 2023, além de férias acumuladas.
Segundo quem denunciou, esses pagamentos eram ilegais porque só passaram a ser autorizados em dezembro de 2023, quando uma emenda à Lei Orgânica incluiu 13º e férias para prefeito, vice, secretários e vereadores.

O documento também diz que o pagamento de “rescisão contratual” seria impossível, já que mandato político não é regido pela CLT.

Segunda denúncia envolve aluguel de prédio que não foi usado

A outra denúncia fala sobre o aluguel de um imóvel que deveria ser a nova sede do Conselho Tutelar, mas que nunca chegou a funcionar. O contrato teria sido fechado em maio de 2025 e o pagamento do aluguel teria começado em julho, durando quatro meses. A rescisão só aconteceu em outubro.

Mesmo assim, o Conselho Tutelar continuou funcionando em outro lugar sem contrato ativo e sem pagamento desde abril de 2025, o que, segundo a denúncia, deixou o município exposto a problemas jurídicos e financeiros.

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
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