A Polícia Civil do Tocantins segue aprofundando as investigações sobre o feminicídio e a ocultação do corpo de Míria Mendes Souza, de 19 anos. A jovem desapareceu em 18 de agosto de 2023, e o principal suspeito do crime, A.G.O., de 52 anos, era seu companheiro. Nesta sexta-feira, 4 , equipes da 5ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC – Guaraí) e do 4º Núcleo Regional de Perícias realizaram novas diligências para esclarecer o caso.
Durante os depoimentos, o suspeito apresentou diversas versões conflitantes sobre os fatos, levantando ainda mais suspeitas sobre seu envolvimento no crime. O delegado Joelberth Nunes destacou que, apesar das evidências contra ele, A.G.O. nega qualquer participação no desaparecimento da vítima.
“Em todas as vezes em que foi ouvido pela Polícia Civil, o investigado apresentou versões divergentes dos fatos, alterando suas narrativas e omitindo pontos relevantes. Mesmo diante de inúmeros indícios de autoria, ele insiste em negar qualquer envolvimento no desaparecimento da vítima”, afirmou o delegado.
Histórico de violência e tentativa de desviar atenção
A investigação revelou um padrão preocupante de violência praticado pelo suspeito. Em uma tentativa de despistar a polícia, ele chegou a alegar que uma funcionária da casa teria discutido com Míria no dia do crime. No entanto, ao ser ouvida, a empregada negou qualquer desavença e declarou que nunca teve conflitos com a vítima.
Além disso, foi descoberto que, meses antes do desaparecimento, o suspeito empurrou Míria de um carro em movimento. Esse episódio guarda semelhança com outro crime cometido por ele na região do Bico do Papagaio, quando agrediu uma ex-companheira da mesma forma. Atualmente, A.G.O. já responde a dois processos criminais graves envolvendo violência doméstica, sendo que um deles inclui relatos de tortura feitos por uma terceira ex-companheira.
Possível ocultação do corpo em fornalha
Uma das hipóteses mais perturbadoras da investigação aponta que o corpo de Míria pode ter sido incinerado em uma fornalha de cerâmica. Informantes anônimos relataram essa possibilidade à polícia, mas, até o momento, ninguém quis formalizar depoimento, alegando medo da periculosidade do suspeito.
Prisão preventiva e andamento do caso
A.G.O. segue preso preventivamente enquanto a Polícia Civil trabalha para concluir o inquérito. O caso é tratado com máxima prioridade devido à brutalidade do crime e ao histórico violento do investigado. Novas diligências devem ocorrer nos próximos dias para esclarecer o paradeiro da vítima e garantir a responsabilização do autor.