A partir dessa segunda-feira, 19, o Governo do Tocantins, através da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), começou a publicar o Boletim Hídrico. Este boletim fornece informações detalhadas sobre o nível dos rios nas principais bacias hidrográficas do Estado. Os dados recentes revelam os efeitos da estiagem deste ano, exacerbados pelo fenômeno climático El Niño, que alterou o padrão de chuvas no país.
O boletim apresenta uma comparação dos níveis dos rios entre os anos de 2022, 2023 e 2024, com dados fornecidos pela Sala de Situação da Semarh. Entre os rios monitorados, o Rio Formoso é o que apresenta a maior diminuição, atualmente registrando um nível de 1,57 metro. Este rio teve uma redução de 6 centímetros em relação a 2023 e de 16 centímetros comparado a 2022.
O Rio Sono também mostra uma redução, com o nível atual de 2,88 metros. Isso representa uma diminuição de 2 centímetros em relação a 2022 e de 9 centímetros comparado a 2023.
Medidas e Divulgação
Marcello Lelis, secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, afirmou que a publicação do boletim se tornará uma prática regular durante a estiagem, visando fornecer orientação aos municípios e usuários sobre o status das bacias hidrográficas.
“A divulgação do boletim é fruto do trabalho do Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma), em colaboração com órgãos como o Naturatins e a Defesa Civil. Essa parceria tem sido crucial para a geração eficiente de dados para a gestão ambiental”, explicou Lelis. E acrescentou que, com a intensificação da seca, o boletim será publicado toda segunda-feira.
Infraestrutura de Monitoramento
Para gerar esses dados, a Semarh utiliza uma rede hidrometeorológica composta por 60 plataformas de coleta que monitoram em tempo real o volume de chuva, o nível e a vazão dos rios. Essas informações são transmitidas via satélite para a Sala de Situação e são atualizadas diariamente no boletim hidrometeorológico disponível no site da Semarh.
Aldo Azevedo, diretor de Gestão dos Recursos Hídricos da Semarh, destacou que a redução nos níveis dos rios é evidente, independentemente da demanda por irrigação. “O El Niño está afetando significativamente o Brasil, causando chuvas intensas em algumas regiões e seca severa em outras. A tendência deste ano é uma queda acentuada no nível dos rios devido à escassez de chuvas em 2023, que resultou em pouca água acumulada no solo,” afirmou Azevedo.
Sobre o El Niño
“O El Niño é um fenômeno climático que se caracteriza pelo aquecimento anômalo das águas do oceano Pacífico na região equatorial. Ele ocorre de forma irregular a cada cinco a sete anos e tem uma duração média de um a um ano e meio. Esse fenômeno altera o padrão de circulação atmosférica sobre o Pacífico, afetando a distribuição de umidade e as temperaturas globalmente. No Brasil, o El Niño causa secas prolongadas nas regiões Norte e Nordeste e chuvas intensas no Sul”, explicou o diretor.