O delegado Clóvis César Reis Bueno, sob investigação por suposta solicitação de propina no valor de R$ 15 mil de um empresário do Tocantins para liberar um caminhão apreendido no Pará, agora enfrenta acusações formais no processo relacionado ao crime de concussão. A denúncia do Ministério Público foi aceita pela 2ª Vara Criminal de Palmas.
Detido pela Polícia Civil no início de novembro em Caseara, Clóvis foi afastado de suas funções pela polícia paraense e permanece sob custódia em um presídio do Tocantins. A vítima formalizou a denúncia após registrar, de forma audiovisual, o momento da entrega do dinheiro e a subsequente ordem de liberação do veículo.
O juiz Luiz Zilmar dos Santos Pires, ao analisar a denúncia, ressaltou que não havia justificativa para rejeitá-la, pois esta apresentou “elementos indiciários suficientes” para iniciar o processo. O acusado possui um prazo de dez dias para apresentar sua defesa.
Detalhes revelados na denúncia do Ministério Público indicam que o caminhão da vítima foi apreendido em Santana do Araguaia (PA). A apreensão ocorreu devido à condução do veículo por um adolescente de 17 anos, além da presença de porções de cocaína e comprimidos do medicamento nobésio, conhecido como rebite.
O delegado, segundo a denúncia, solicitou R$ 15 mil para liberar o veículo, estabelecendo contato com pessoas suspeitas de envolvimento no incidente. Um indivíduo, se apresentando como investigador, comunicou ao empresário que uma terceira pessoa, uma advogada, conduziria as negociações para a liberação. Mas, o mesmo investigador instruiu o empresário a procurar diretamente o delegado, que encontrava-se em Palmas na época.