O julgamento que terminou na condenação dos quatro acusados pelo assassinato de Alan Rodrigues Barros chegou ao fim após quase um dia inteiro de debates no Tribunal do Júri de Miracema do Tocantins. O crime, ocorrido em novembro de 2023, teve como pano de fundo uma dívida ligada a apostas em jogos de azar pela internet. A sentença foi anunciada no dia 12 de dezembro de 2025, com penas que variam de 11 a 16 anos de prisão, todas em regime fechado.
A decisão acompanhou integralmente a acusação apresentada pelo Ministério Público do Tocantins. Os réus permaneceram presos durante todo o processo e a Justiça entendeu que não havia motivo para conceder o direito de recorrer em liberdade.
A sessão do júri durou cerca de 18 horas e confirmou a responsabilidade dos quatro envolvidos. Magilla Fernandes Pereira foi condenado a 13 anos e quatro meses de reclusão. Alessandro Ribeiro Reis recebeu pena de 14 anos. Lucas Vinicius Alves de Melo foi sentenciado a 11 anos e oito meses, enquanto Carlos Augusto Alves da Costa teve a maior pena, fixada em 16 anos de prisão.
Todos deverão iniciar o cumprimento das penas em regime inicialmente fechado.
Durante a votação dos jurados, ficou reconhecido que Magilla Fernandes Pereira e Lucas Vinicius Alves de Melo participaram de um homicídio considerado privilegiado e qualificado, com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, caracterizando emboscada. Também foi aceita a tese de que o crime ocorreu sob violenta emoção, logo após uma provocação considerada injusta.
No caso de Alessandro Ribeiro Reis, o júri entendeu que houve homicídio qualificado, com reconhecimento de motivo fútil e emboscada. Já Carlos Augusto Alves da Costa foi condenado por homicídio qualificado, com incidência do motivo fútil. As tentativas das defesas de reduzir a responsabilidade penal de dois dos réus foram rejeitadas.
Réus ainda respondem por outros crimes
Além da condenação pelo homicídio, Alessandro Ribeiro Reis e Carlos Augusto Alves da Costa continuam respondendo a outros processos judiciais, relacionados a crimes de organização criminosa e tráfico de drogas.
Dívida em jogo online levou ao assassinato
De acordo com a denúncia, o crime aconteceu por volta das 22h do dia 16 de novembro de 2023, na Avenida Amaury Nolasco, em Miracema do Tocantins. A investigação apontou que o assassinato teve origem em um conflito financeiro ligado a apostas feitas em uma plataforma conhecida como “Jogo do Tigre”.
Alan Rodrigues Barros teria obtido ganhos financeiros no jogo, mas, por não possuir conta bancária, utilizou a conta de Magilla Fernandes Pereira para receber o valor. Após o depósito, Magilla ficou com o dinheiro, o que deu início à discussão que terminou no homicídio.
O Ministério Público sustentou que os quatro acusados agiram juntos. No julgamento, os jurados também reconheceram que, no caso de dois dos réus, o crime ocorreu em meio a forte abalo emocional, após ameaças que teriam sido feitas pela vítima.
Caso expõe riscos ligados a apostas ilegais
A condenação encerra um processo que chamou atenção para os conflitos gerados por jogos de azar online e para as consequências extremas que disputas financeiras desse tipo podem provocar, especialmente quando envolvem práticas ilegais e violência.







