Problemas de saúde mental em agentes de segurança já motivaram centenas de afastamentos nos últimos anos; MPE encaminha recomendação

Os dados sobre afastamentos por problemas de saúde mental dentre os membros de forças de segurança no Tocantins motivaram o Ministério Público do Estado a emitir recomendação do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), para que os órgãos os órgãos adotem ações de cuidado com a saúde mental e prevenção de suicídio de seus servidores. Somente na Polícia Militar, entre 2019 e 2023, foram registrados 743 pedidos.

De acordo com informações apresentadas pelo MPE – TO, em material divulgado à imprensa, a Polícia Civil contabilizou um total de 929 licenças, afastamentos, aposentadorias e reservas nos últimos 10 anos devido a enfermidades ou transtornos mentais.

Outra instituição afetada pela problemática é a Polícia Penal, que registrou 10 afastamentos por motivos psiquiátricos e um caso de suicídio no ano de 2023.

Medidas de prevenção e cuidado

O documento emitido pelo MPTO requer que os órgãos responsáveis elaborem um plano de prevenção ao suicídio, aplicando uma abordagem baseada nos “5Cs” (conscientização, a capacitação, a competência, a conversa e a conexão). Esses conceitos são fundamentais para aumentar a conscientização sobre o tema, capacitar os profissionais para identificar sinais de alerta, desenvolver competências para oferecer suporte adequado, promover espaços de conversa segura e encorajar a conexão entre colegas de trabalho.

A recomendação ainda sugere que o plano de prevenção ao suicídio ofereça atendimento psicológico emergencial à família, apoio para providências burocráticas diversas e sistematize a estratégia e as ações emergenciais durante as primeiras semanas após o ocorrido. Além disso, orienta que sejam realizadas reuniões com equipe de gestores e colegas de trabalho quando se verificar ocorrência de suicídio.

O documento estabelece diretrizes técnicas sobre a abordagem do tema, como não repassar ou fortalecer boatos, a manutenção dos vínculos afetivos e de suporte social, além de demais ações voltadas à abordagem da temática.

Lorena Karlla Mascarenhas: Jornalista, especialista em políticas públicas, mestranda em Comunicação e Sociedade. Escreve sobre Direitos Humanos, Justiça, Viagens, Sociedade, Cultura e Arte