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Bancos podem tomar a casa de devedores? Entenda

Publicado por
Olívia Gravina

Os bancos podem tomar a casa de devedores caso o imóvel tenha sido usado como garantia da dívida. Quem definiu isso foi o Supremo Tribunal Federal, que decidiu que bancos podem pegar a casa dada como garantia em caso de inadimplência sem precisar de decisão da justiça. A medida tem por base a lei que originou a alienação fiduciária.

O atraso no pagamento das parcelas dos empréstimos permite que os bancos e financeiras se apossem do imóvel, sendo que essa decisão foi tomada por maioria dos votos na Suprema Corte. Saiba como essa decisão pode afetar a vida de quem está com os financiamentos imobiliários atrasados.

Como os bancos podem tomar a casa dos devedores?

A decisão do STF tem base na lei de alienação fiduciária definida em 1997, onde o próprio imóvel adquirido é usado como garantia do financiamento. Além disso, a lei diz que, em caso de não pagamento das parcelas, o banco ou financeira tem autorização para realizar uma execução extrajudicial e pegar o imóvel de volta, sendo que o processo é feito em um cartório sem a necessidade de passar pela Justiça.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) divulgou que cerca de 99% do financiamento bancário feito para a aquisição de imóveis no mês de agosto, por exemplo, foi feito através da alienação fiduciária. Além disso, havia 7,8 milhões de operações ativas com esse modelo como garantia.

A intenção dessa votação por parte do STF era decidir a legalidade ou não desse tipo de ação. Os ministros, com 8 votos a favor e 2 votos contrários, decidiram pela manutenção da atual regra. O julgamento foi motivado por uma pessoa que questionou que a Caixa Econômica tomou o imóvel dele sem que ele tivesse o direito à ampla defesa.

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região decidiu manter a decisão, mandando um recurso para o STF, que foi negado pelos ministros. Assim, ficou decidida pela repercussão geral, ou seja, casos semelhantes serão julgados da mesma maneira.

Olívia Gravina

Jornalista de formação, atua desde 2014 na produção de matérias, conteúdos institucionais, anúncios e conteúdos para redes sociais, transitando em diferentes assuntos do cotidiano.