Justiça determina que Unitins inclua cotas para quilombolas no Vestibular Unificado 2026/1 após ação do MPTO

Unitins terá de reservar vagas para quilombolas após decisão do MPTO
Foto: Reprodução

 

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) conseguiu decisão favorável da Justiça no último dia 10, que obriga a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) a incluir vagas reservadas para estudantes quilombolas no Vestibular Unificado 2026/1. A medida foi tomada após ação civil pública proposta pela 15ª Promotoria de Justiça da Capital, que apontou omissão da universidade no edital, mesmo após retificação, quanto à reserva de vagas para esse grupo.

A Justiça acolheu os argumentos do MPTO e determinou que a Unitins publique um edital retificador em até três dias, contemplando as cotas, em conformidade com a Lei Estadual nº 4.344/2023 e a Lei Federal nº 12.711/2012, que tratam de ações afirmativas para inclusão de negros, indígenas e quilombolas no ensino superior.

Além da retificação, a decisão estabeleceu que a universidade prorrogue o período de inscrições por 15 dias úteis, divulgue amplamente as alterações nas comunidades quilombolas e suspenda temporariamente as etapas do vestibular até que todas as medidas sejam implementadas.

Ação civil pública e recomendação prévia

O MPTO iniciou a atuação durante o período de inscrições, quando orientou a Unitins por meio da Recomendação nº 2025.0015733 a ajustar o edital e estender o prazo, garantindo a participação dos quilombolas. Como a recomendação não foi acatada, a 15ª Promotoria da Capital ingressou com ação civil pública, apontando que a omissão da universidade violava princípios constitucionais de igualdade e o direito à educação.

Reconhecimento do direito e risco de dano irreparável

O magistrado responsável reconheceu a probabilidade do direito e o risco de dano irreparável, destacando que a ausência de cotas afronta a igualdade de condições no acesso ao ensino superior. A decisão enfatizou que excluir quilombolas do vestibular “gera dano irreversível ao direito fundamental à educação e à igualdade de acesso”.

Política pública de inclusão e reparação histórica

O promotor de Justiça Paulo Alexandre Rodrigues de Siqueira, autor da ação, destacou que a decisão judicial garante a efetividade de uma política pública essencial à inclusão e à reparação histórica. Ele reforçou que a própria Unitins já aplica ações afirmativas na pós-graduação, incluindo quilombolas, o que evidencia a necessidade de estender essas medidas aos cursos de graduação.

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
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