A Justiça do Tocantins determinou, nessa segunda-feira, 22 , que o estudante universitário Vitor Gomes Alves de Paula, de 21 anos, cumpra prisão domiciliar humanitária. Ele é acusado de ter provocado o acidente que tirou a vida da jovem Maria Alice Guimarães da Silva, de 25 anos, em Araguaína, em março deste ano.
A decisão partiu da 1ª Vara Criminal e prevê o uso de tornozeleira eletrônica, além da obrigação de permanecer em casa, exceto em situações autorizadas judicialmente. Vitor também deverá apresentar relatórios médicos mensais, comprovando tratamento psiquiátrico. O pedido foi aceito após laudo indicar que o estudante sofre de depressão grave e precisa de acompanhamento especializado.
Na semana anterior, o Tribunal de Justiça do Tocantins já havia recusado a solicitação da defesa para relaxar a prisão preventiva. Apesar da nova decisão sobre a prisão domiciliar, o caso será levado a Júri Popular, ainda sem data definida.
Como ocorreu o acidente
O acidente aconteceu em 22 de março de 2025, por volta das 6h30 da manhã, na BR-153, dentro do perímetro urbano de Araguaína. Maria Alice seguia para o trabalho em uma motocicleta quando foi atingida na traseira por uma BMW em alta velocidade.
Segundo a perícia, o veículo estava a cerca de 200 km/h em um trecho com limite entre 60 km/h e 80 km/h. Maria Alice morreu no local com politraumatismo.
A vítima trabalhava como faxineira em uma faculdade particular e havia comprado a moto recentemente para facilitar o deslocamento. Ela deixou dois filhos, de 6 e 9 anos.
Acusação contra o motorista
O Ministério Público sustenta que Vitor dirigia sem habilitação, embriagado e em velocidade muito acima do permitido. Além disso, ele teria se recusado a realizar o teste do bafômetro.
Com base nas investigações, ele foi indiciado por homicídio qualificado, com dolo eventual quando o motorista assume o risco de causar a morte. Também responde por perigo comum e por dificultar a defesa da vítima.
Outros envolvidos e defesa do acusado
No carro estavam outros dois jovens, entre eles o filho do procurador-geral do município de Araguaína, de 20 anos, proprietário do veículo.
A defesa de Vitor contesta parte das acusações, alegando que não há exames que comprovem o consumo de álcool e apontando que Maria Alice também não possuía CNH.