A generosidade de uma família permitiu que o Hospital Regional de Araguaína (HRA) realizasse mais uma captação de órgãos na noite dessa quarta-feira, 2. A doadora, uma mulher de 34 anos que teve morte encefálica confirmada, possibilitou que pacientes da fila do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) tenham uma nova chance de vida.
A diretora-geral do HRA, Cristiane Uchoa, destacou a importância da colaboração da família nesse processo. “Agradecemos e ao mesmo tempo nos solidarizamos com a família doadora, por esse gesto tão nobre. Em menos de quatro meses, três captações foram realizadas na unidade, uma em dezembro de 2024, outra em fevereiro deste ano e a dessa noite”.
Luna Maciel, enfermeira da Cihdott, enfatizou a complexidade do processo de doação, que envolve tanto aspectos técnicos quanto humanos. “Durante essa captação, trabalhamos para garantir que cada etapa fosse conduzida com respeito e clareza. A equipe esteve presente para oferecer suporte à família e assegurar que a decisão fosse tomada com informações adequadas. Nosso papel é facilitar esse caminho, sempre preservando a dignidade de todos os envolvidos”.
O papel do acolhimento psicológico
Eduardo Pinho, psicólogo da Cihdott, explicou como a doação pode ajudar no processo de luto. “O luto é um processo singular, marcado pela tentativa de dar um sentido à perda. Nesse contexto, a decisão da doação pode surgir como uma forma de resinificação, permitindo que a perda encontre um novo lugar no psiquismo daqueles que ficam. O acolhimento psicológico visa proporcionar um espaço onde a família possa elaborar esse momento, reconhecendo seus sentimentos e lidando com a complexidade dessa despedida”.
Logística e parcerias envolvidas
A operação contou com a coordenação da Cihdott do HRA e da Central de Transplantes do Tocantins (Cetto), com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e de equipes médicas especializadas de Brasília e São Paulo.