Detalhes do Contrato de Transporte Escolar Rural sob Investigação: Dispensa de licitação e alegações de irregularidades

Publicado por
Flávia Ferreira

 

Um contrato de transporte escolar rural, alvo da operação da Polícia Federal nesta quinta-feira , 10 , foi formalizado em janeiro pela Secretaria Municipal de Educação de Palmas, com um valor expressivo de R$ 19,9 milhões. A contratação, realizada por meio de dispensa de licitação, possui uma vigência de apenas 180 dias. Na prática, o município está desembolsando cerca de R$ 110 mil diariamente para a empresa contratada.

O transporte abrange estudantes matriculados no Ensino Infantil, Fundamental e servidores que residem nas áreas rurais da capital. De acordo com as informações apuradas pela investigação, neste contrato firmado em janeiro de 2023, a prefeitura optou por elevar em até 72,25% os montantes que haviam sido pagos pelo mesmo serviço no ano anterior.

O Ministério Público Estadual (MPE) também está investigando a mesma contratação desde fevereiro. O extrato do contrato foi publicado em uma edição extra do Diário Oficial do município, lançada em um domingo. A rapidez no processo chamou a atenção da Polícia Federal.

Em trecho da decisão que autorizou as buscas nesta quinta-feira , 10 , destaca-se: “Nesse ponto, é notável a surpresa ao constatar a celeridade com que os procedimentos foram conduzidos até a autorização, o que levou apenas dois dias, uma situação extremamente atípica quando se trata de serviços públicos, especialmente em procedimentos licitatórios”.

A empresa contratada provém do estado de Goiás e segundo as descobertas da investigação, a prefeitura não teria realizado uma análise de preços com empresas locais. Na ocasião, o município teria se baseado em um artigo da lei que permite contratações sem licitação em situações de emergência ou calamidade pública.

Para o MPE, a situação de emergência teria sido “fabricada” pela administração municipal ao procrastinar o processo licitatório. Consequentemente, diversos alunos da rede municipal que residem em chácaras e bairros mais distantes acabaram por perder semanas de aulas no início do ano.

Flávia Ferreira

Com quase 10 anos de experiência em comunicação, percorri diversas funções ao longo da minha trajetória profissional. Iniciei como arquivista de texto e imagem, evoluindo para a posição de locutora de rádio, onde apresentei o programa "Sétima Arte" na Palmas FM. Ao longo do tempo, expandi minha atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), o Detran e a Secretaria da Administração (Secad). Atualmente cursa Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT