Na manhã desta quinta-feira, 10, às 8h30, os holofotes da justiça se voltam para Araguatins, onde o Tribunal do Júri reunirá os protagonistas de uma tragédia que chocou a região. Johannes Soares da Silva, o réu em questão, enfrenta acusações pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO) relacionadas à morte de Jonas Lopes da Silva, motociclista e de Jaqueline Alves, passageira do veículo, em um trágico acidente ocorrido em 16 de junho de 2021.
As acusações pesam sobre Johannes, cujo estado de embriaguez é alegado, conduzindo a ação que resultou na colisão fatal na rodovia TO-010. Testemunhas relatam que o veículo do réu estava a uma velocidade considerada alta, marcando 90 km/h em uma área com limite de 40 km/h, além de trafegar na contramão, quando o impacto com a motocicleta de Jonas ocorreu.
O que agrava ainda mais o caso é a alegação de que Johannes não prestou socorro às vítimas e em vez disso, fugiu da cena do crime. Sua subsequente prisão foi marcada por uma confissão preocupante, pois ele admitiu aos policiais ter ingerido bebida alcoólica antes do incidente.
Breno Simonassi, promotor de Justiça e membro do Núcleo do Tribunal do Júri, desempenhará o papel de sustentar as teses de acusação perante o júri. Sua argumentação será centrada em uma ideia fundamental: Johannes, ao operar um veículo sob influência de álcool e em velocidade perigosa, teria assumido conscientemente o risco de resultar em morte. Esta alegação lança luz sobre a potencial negligência no ocorrido.
Uma das questões que o Ministério Público pretende destacar é a qualificação da conduta como “meio cruel”. O fato de Johannes não ter prestado assistência às vítimas no momento crucial, contribuindo assim para o aumento do sofrimento delas, traz uma dimensão de crueldade à tragédia.