Clínica tinha grades em todos os cômodos - Foto: Luiz de Castro/Governo do Tocantins
Na última terça-feira, 6 de fevereiro, a Polícia Civil do Tocantins (PC-TO) realizou uma operação que resultou na libertação de setenta indivíduos que estavam mantidos sob cárcere privado e submetidos a maus-tratos em uma clínica irregular em Palmas. A ação foi conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia da Capital, com o apoio da Diretoria de Polícia da Capital, em cumprimento a um mandado de busca e apreensão expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Palmas.
Segundo o delegado Gregory Almeida, responsável pela operação, a clínica investigada, localizada na zona rural da capital, apresentava diversas irregularidades, incluindo a presença de grades nas portas e janelas de todos os quartos. Durante quase 24 horas de depoimentos, cerca de 50 pacientes relataram casos de maus-tratos, que iam desde agressões físicas até o uso de sedativos como forma de punição. Além disso, os responsáveis pela clínica não possuíam a documentação necessária para realizar internações voluntárias e involuntárias, conforme exigido por lei.
A polícia também descobriu uma ligação clandestina de energia elétrica no local, conhecida como “gato”. Diante das evidências coletadas, o casal responsável pela administração da clínica foi autuado em flagrante pelos crimes de cárcere privado qualificado, maus-tratos e furto de energia elétrica.
Os setenta pacientes resgatados foram encaminhados aos cuidados dos órgãos competentes das Secretarias de Saúde e Assistência Social do Estado e do Município. No dia seguinte, quarta-feira, 7 de fevereiro, as prisões em flagrante do casal foram convertidas em preventiva pelo Poder Judiciário, e eles foram transferidos para as respectivas Unidades Penais Masculina e Feminina de Palmas, onde aguardarão disposição judicial.