PF investiga fraudes em financiamento pecuário no Tocantins

De acordo com a investigação criminal, os suspeitos atuariam em conluio na obtenção, mediante fraude, de financiamento com recursos do Fundo Constitucional do Norte - FNO, bem como na suposta aplicação dos recursos em finalidade diversa da autorizada

A Polícia Federal no Tocantins iniciou nesta quinta-feira, 7 de março, a Operação Boi de Papel, como parte de um inquérito para investigar possíveis crimes financeiros relacionados à obtenção fraudulenta de financiamento na Agência do Banco da Amazônia em Paraíso do Tocantins.

De acordo com as autoridades, estão sendo cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em Paraíso do Tocantins, Palmas e Nova Rosalândia, no Tocantins, além de Ituiutaba/MG e Araguari/MG. As medidas judiciais foram autorizadas pela 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Tocantins.

Além das buscas, estão sendo realizadas outras medidas cautelares, incluindo o afastamento de emprego público, bem como o sequestro e a indisponibilidade de bens e valores dos envolvidos, até o montante de R$ 3.962.152,13.

A investigação da Polícia Federal identificou suspeitas de direcionamento por parte de funcionários públicos do BASA em Paraíso do Tocantins, visando favorecer a participação de determinados projetistas. Estes, por sua vez, estariam envolvidos na dissimulação de movimentações financeiras entre financiadores e agentes públicos da instituição financeira. Um dos métodos utilizados pelos suspeitos seria a emissão de Guias de Transporte de Animal Vivo fraudulentas, simulando transações de compra e venda de gado que nunca ocorreram de fato.

Há evidências de que os suspeitos atuaram na agência entre os anos de 2014 e 2021, período em que foram concedidos cerca de R$ 94 milhões em financiamentos para projetos agrícolas. A Polícia Federal pretende investigar se outras fraudes semelhantes foram cometidas pelo grupo durante esse período.

Os envolvidos poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa, podendo ser condenados a penas que, somadas, ultrapassam 36 anos de reclusão.

A Operação Boi de Papel recebeu esse nome em referência ao modo de atuação da organização criminosa investigada, que obtinha financiamento para investir na pecuária, mas simulava transações de compra e venda de gado apenas no papel, sem que estas ocorressem de fato.

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Redação do Site JusTocantins.
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