Justiça autoriza leilão de bens milionários de influenciadora digital suspeita de lavagem de dinheiro no Tocantins

Justiça manda leiloar bens milionários de influenciadora digital suspeita de lavagem de dinheiro no Tocantins
Foto: Divugação/ PCTO

 

A Justiça do Tocantins autorizou, na sexta-feira, 12, a venda antecipada de bens de alto valor apreendidos em uma investigação que envolve uma influenciadora digital suspeita de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. A decisão foi tomada pelo juízo da Comarca de Araguaína, no norte do Estado, com base nas apurações conduzidas pela 1ª Delegacia Especializada em Investigações Criminais (DEIC), de Palmas.

A medida permite que os bens sejam vendidos por meio de leilão judicial, antes do fim do processo, como forma de evitar a perda de valor ao longo do tempo.

Entre os itens que poderão ser leiloados estão veículos de luxo, máquinas agrícolas, equipamentos eletrônicos e outros ativos considerados de alto valor. Segundo a decisão, a venda antecipada busca impedir a deterioração e a desvalorização desses bens, que estavam sob custódia do Estado.

Relatórios técnicos apontaram que a falta de uso e a impossibilidade de manutenção adequada poderiam gerar prejuízo irreversível ao interesse público e comprometer o resultado do processo penal.

Suspeita de padrão de vida incompatível

As investigações indicam que a influenciadora, identificada pelas iniciais M.K.C.F., utilizava sua visibilidade nas redes sociais para exibir um estilo de vida incompatível com a renda oficialmente declarada. Ao mesmo tempo, segundo a apuração, havia movimentação de grandes quantias de dinheiro por meio de empresas e terceiros.

Durante as diligências, foram apreendidos veículos avaliados em milhões de reais, máquinas agrícolas, aparelhos eletrônicos de alto valor, joias e semoventes. Todo esse material é tratado no processo como possível produto ou instrumento de atividades ilícitas.

Risco de deterioração pesou na decisão

Análises feitas pelo Núcleo de Recuperação de Ativos (NURAT) indicaram que a permanência prolongada dos bens em depósitos públicos aumentava o risco de danos, obsolescência e perda acelerada de valor. Com base nisso, foi apresentado ao Judiciário um pedido de reconsideração, já que uma decisão anterior havia negado a alienação antecipada.

Diferentemente do perdimento, que só ocorre após condenação definitiva, a alienação antecipada tem caráter cautelar. O objetivo é preservar o valor econômico dos bens, transformando-os em recursos financeiros que ficam depositados em conta judicial até a conclusão da ação penal.

Valores ficarão à disposição da Justiça

Ao autorizar a venda, o juiz destacou que a medida segue princípios como eficiência e economicidade, evitando que a demora natural do processo resulte na perda do valor dos ativos apreendidos.

Com a decisão, os bens passarão por avaliação e serão levados a leilão judicial. O dinheiro arrecadado ficará sob controle da Justiça até que o caso tenha uma decisão final.

O delegado Wanderson Queiroz comentou o entendimento judicial e afirmou.  “O caso reforça a importância da persecução patrimonial como instrumento estratégico no enfrentamento à lavagem de dinheiro e evidencia um Judiciário atento à necessidade de gestão eficiente dos ativos apreendidos, em sintonia com o trabalho técnico desenvolvido pela Polícia Civil do Estado do Tocantins”.

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
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