Nessa terça-feira, 17 , a Polícia Civil divulgou um cartaz para localizar a advogada Flávia Paulo dos Santos Oliveira Ribeiro, acusada de envolvimento em fraudes financeiras contra seus clientes. A Justiça determinou sua prisão preventiva, mas, até o momento, ela não foi encontrada. De acordo com as investigações, o montante desviado por Flávia chega a R$ 700 mil.
Os representantes legais da advogada afirmam que ela não possui condenações judiciais relacionadas ao crime de estelionato. Segundo a defesa, “os valores atribuídos como supostamente desviados estão devidamente assegurados junto ao Poder Judiciário”. O advogado informou ainda que foi protocolado um pedido de Habeas Corpus Preventivo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) na sexta-feira passada, 13 , e aguardam a decisão judicial.
Em março de 2024, Flávia chegou a ser detida, mas obteve o direito de responder ao processo em liberdade. Contudo, após a finalização de novos inquéritos, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) solicitou outra prisão, que foi autorizada pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Tocantins. Segundo a polícia, 21 inquéritos foram instaurados contra a advogada, sendo que 17 já foram encaminhados à Justiça e ao Ministério Público.
Ajuda da população
A Polícia Civil solicita que informações sobre o paradeiro de Flávia sejam encaminhadas à Delegacia Especializada de Polícia Interestadual, Capturas e Desaparecidos (Polinter). O contato pode ser realizado por telefone ou WhatsApp, no número (63) 98145-0252. As autoridades garantem o anonimato dos denunciantes.
Modus operandi da advogada
A primeira prisão de Flávia ocorreu em 12 de março deste ano, em Palmas, sob a suspeita de estelionato e falsificação de documentos. As investigações indicam que os golpes começaram em 2017, antes mesmo de ela obter sua inscrição como advogada. Entre as práticas relatadas, está a emissão de guias de pagamento falsas e o uso de procurações para desviar valores que deveriam ser destinados aos seus clientes.
Desvios milionários revelados
Os levantamentos policiais estimam que a advogada desviou cerca de R$ 700 mil ao longo de sua atuação. Em um caso específico, ela teria lesado uma cliente em mais de R$ 185 mil. A vítima buscava assumir um cargo público e foi induzida por Flávia a pagar taxas judiciais fictícias, por meio de guias falsas de Documentos de Arrecadação Judiciária (DAJ). Apenas nesse episódio, o prejuízo foi de R$ 180.761,70, além dos R$ 5 mil cobrados como honorários.
Suspensão do registro profissional
Diante das denúncias, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Tocantins (OAB-TO) suspendeu o registro de Flávia, proibindo-a de exercer a profissão. A suspensão foi confirmada pelo Tribunal de Ética e Disciplina da instituição.
Além dos inquéritos conduzidos pela Polícia Civil, Flávia também é ré em pelo menos quatro processos de apropriação indébita, que estão sob julgamento na 3ª Vara Criminal de Palmas. As autoridades seguem investigando o caso, enquanto procuram localizar a advogada.