Fiscal da Adapec é indiciado por assédio sexual, importunação e perseguição em Araguaína

Fiscal da Adapec é indiciado por assédio sexual, importunação e perseguição em Araguaína
Foto: Divulgação/PCAC

 

A Polícia Civil concluiu o inquérito que apura denúncias de assédio sexual, importunação sexual e perseguição contra uma estagiária de 27 anos em Araguaína, no norte do Tocantins. O investigado é um fiscal de defesa agropecuária, de 44 anos, identificado pelas iniciais A.S.R., que atuava na Agência de Defesa Agropecuária (Adapec). Os episódios ocorreram no segundo semestre de 2024.

Após a finalização das investigações, o servidor foi formalmente indiciado pelos três crimes. O caso agora será analisado pelo Ministério Público Estadual.

De acordo com o inquérito, o investigado teria utilizado sua posição hierárquica para constranger a estagiária de forma recorrente dentro do local de trabalho. As apurações apontam que ele fazia comentários de cunho sexual e ofensivo, criando um ambiente hostil e intimidatório.

Entre as falas atribuídas ao servidor, estão declarações como “mulher tem que ser submissa” e relatos de que “trazia mulheres para o sofá da repartição”, onde dizia manter relações sexuais.

As investigações também identificaram um episódio em que o fiscal teria tocado o cabelo da estagiária sem autorização. Na ocasião, segundo o inquérito, ele ainda fez um comentário de duplo sentido ao afirmar que “não sabia qual cabelo tinha pegado, se era o de cima ou o de baixo”, situação que causou constrangimento e desconforto à vítima.

Intimidação e perseguição após denúncia

Após relatar os fatos a superiores, a estagiária passou a enfrentar novos episódios de intimidação. Conforme apurado, o servidor adotou uma postura agressiva no ambiente de trabalho e passou a perseguir a vítima fora da repartição, comprometendo sua sensação de segurança.

Um dos episódios ocorreu em outubro de 2024, quando a estagiária percebeu que estava sendo seguida ao sair do trabalho. Com medo, ela mudou o trajeto e buscou abrigo até conseguir ajuda de colegas.

Objetos incompatíveis com o ambiente profissional

Durante as diligências, a Polícia Civil encontrou, na mesa de trabalho do investigado, calcinhas e um lubrificante. Os objetos foram considerados incompatíveis com o ambiente profissional e reforçaram os indícios de conduta inadequada no exercício da função pública.

Encaminhamentos e possíveis punições

O inquérito ouviu a vítima, o supervisor do setor e diversas testemunhas. Com base nas provas reunidas, o servidor foi indiciado por assédio sexual, importunação sexual e perseguição, crimes cujas penas somadas podem chegar a até dez anos de prisão.

O procedimento foi encaminhado ao Ministério Público, que avaliará as medidas penais cabíveis. A Corregedoria-Geral do Estado também foi comunicada para apuração administrativa, o que pode resultar em sanções disciplinares, incluindo demissão.

Investigação técnica e rigorosa

O delegado titular da 26ª Delegacia de Polícia de Araguaína, Luís Gonzaga, afirmou que o caso foi tratado com atenção especial devido à gravidade das denúncias. “Trata-se de um caso grave, no qual a vítima foi submetida a reiteradas situações de constrangimento e intimidação. A Polícia Civil atuou com rigor técnico para reunir provas e assegurar que os fatos fossem devidamente apurados”, destacou.

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
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