O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou nesta quinta, 05, a lista Suja do Trabalho Escravo, e ela é histórica por conter a maior inclusão de empregadores, 204 empregadores, entre eles a Kaiser, cervejaria do grupo Heineken. Dos 204 empregadores incluídos na lista suja em outubro, dezenove são acusados de manter trabalho semelhante à escravidão doméstica.
A empresa cervejeira passou a constar na lista após equipe de fiscalização do órgão verificar infração envolvendo 23 trabalhadores de uma transportadora prestadora de serviço na cidade de Jacareí, em São Paulo, em 2021. A empresa alegou, por meio de nota, que prestou todo apoio aos trabalhadores envolvidos para garantir que os seus direitos fundamentais fossem reestabelecidos. Além disso, assegurou medidas junto à transportadora, que não faz mais parte do quadro de fornecedores.
Os casos foram identificados, entre 2018 e 2023, em 24 estados e Distrito Federal, tendo Minas Gerais na liderança do Trabalho Escravo com 37 casos, seguido de São Paulo, com 32; e Pará, 17.
Em Minas, os trabalhadores foram resgatados, em sua maioria, em atividades de produção de carvão vegetal, criação de bovinos para corte, serviços domésticos e cultivo de café.
Entre 1995 e 2023, o país resgatou quase 62 mil trabalhadores em condições análogas à escravidão. Apenas, neste ano, foram resgatas mais de 1.500 pessoas.
Nos últimos anos, 473 empregadores foram autuados.