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Esgotadas: Pesquisa aponta que 45% das mulheres do Brasil têm ansiedade, depressão, ou outros tipos de transtornos mentais

Publicado por
Lorena Karlla Mascarenhas

A Organização não governamental – ONG Think Olga pesquisou junto a 1.078 mulheres, entre 18 e 65 anos, em todos os estados da federação, no período de 12 e 26 de maio deste ano para montar o relatório ‘Esgotadas: empobrecimento, a sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres’ e o resultado não surpreendeu: 45% das mulheres brasileiras apresentaram condições de ansiedade, depressão, ou outros tipos de transtornos mentais no contexto pós pandemia de covid-19. A pesquisa tem intervalo de confiança de 95%.

No caso da ansiedade, tida com o transtorno mais comum entre as brasileiras, é diagnóstico de 6 em cada 10 mulheres.

A insatisfação está vinculada a diversas áreas, mas, é a segurança financeira que se destaca, juntamente com as jornadas duplas, trilhas ou mais. Essas são as condições que mais impactam na economia do cuidado, que enquadra todas as atividades relacionadas aos cuidados com a casa e com produção e manutenção da vida.

A saída que muitas mulheres encontram para lidar com os problemas é atividade física ou a religião, conforme a Diretoria da ONG responsável pela pesquisa.

Dados

O aperto financeiro atinge, segundo os dados da pesquisa 48% das entrevistadas; 59% estão das classes D e E estão insatisfeitas com sua situação financeira; dentre as pretas e pardas o percentual é de 54% das pretas e pardas.

Provedoras

Elas são as únicas ou principais provedores de 38% dos lares; Apenas 11% das entrevistadas não contribuem financeiramente com o custeio da famílias.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio realizada em 2022, as mulheres gastam 21,4 horas da semana em tarefas domésticas e do cuidado, os homens usam 11 horas. Já o relatório Esgotadas mostrou que a sobrecarga de trabalho doméstico e a jornada excessiva de trabalho foram a segunda causa de descontentamento mais apontada, atrás apenas de preocupações financeiras. O trabalho de cuidado sobrecarrega principalmente as mulheres de 36 a 55 anos (57% cuidam de alguém) e pretas e pardas (50% cuidam de alguém).

As que consideram ter muita carga de responsabilidade são 86%; Entre as mães solo e cuidadoras o percentual é de 51% das mães e 49% das cuidadoras apontando a situação financeira restrita como o maior impacto na saúde mental.

(Com informações da Agência Brasil – EBC)

Lorena Karlla Mascarenhas

Jornalista, especialista em políticas públicas, mestranda em Comunicação e Sociedade. Escreve sobre Direitos Humanos, Justiça, Viagens, Sociedade, Cultura e Arte