Editorial

Como descobrir se uma pessoa está mentindo, segundo a Psicologia

Publicado por
Cel. Glauber (editor-chefe)

Algumas pessoas podem usar a mentira como uma estratégia para controlar os outros, obter atenção ou se sentir poderosas.

As pessoas mentem por uma variedade de motivos, e a motivação por trás de uma mentira pode variar de acordo com a situação e o indivíduo. Aqui estão algumas razões comuns pelas quais as pessoas mentem:

Autodefesa: Muitas vezes, as pessoas mentem para se proteger ou evitar consequências negativas. Elas podem mentir para evitar punição, evitar constrangimento ou preservar sua imagem e reputação.

Benefício pessoal: Algumas pessoas mentem para obter vantagens pessoais. Isso pode envolver ganhos financeiros, promoções no trabalho, conseguir algo que desejam ou manipular uma situação a seu favor.

Proteção dos outros: Às vezes, as pessoas mentem para proteger aqueles que amam ou se importam. Isso pode incluir encobrir um segredo de um amigo ou mentir para evitar que alguém se machuque emocionalmente.

Evitar conflitos: Mentir pode ser uma estratégia para evitar conflitos e manter a harmonia em relacionamentos pessoais ou profissionais. As pessoas podem mentir para evitar confrontos ou discussões que consideram desconfortáveis ou prejudiciais.

Autoaperfeiçoamento: Em algumas situações, as pessoas podem mentir para se apresentarem de uma maneira melhor do que realmente são. Elas podem exagerar suas conquistas, habilidades ou características pessoais para impressionar os outros ou aumentar sua autoestima.

Proteção da privacidade: Algumas pessoas mentem para preservar sua privacidade e manter informações pessoais em segredo. Elas podem sentir que certas informações não são relevantes ou que não desejam compartilhá-las com os outros.

Insegurança: A insegurança pode levar as pessoas a mentirem para se sentirem mais aceitas ou amadas. Elas podem criar uma persona fictícia ou contar histórias inventadas para se encaixar em determinados grupos sociais ou obter aprovação dos outros.

Hábito ou manipulação: Em alguns casos, mentir pode se tornar um hábito ou uma forma de manipulação. Algumas pessoas podem usar a mentira como uma estratégia para controlar os outros, obter atenção ou se sentir poderosas.

É importante notar que a mentira nem sempre é justificável ou aceitável. Embora existam razões compreensíveis pelas quais as pessoas mentem, a honestidade e a integridade são valores importantes para a maioria das sociedades, e a confiança mútua é fundamental para relacionamentos saudáveis.

A Psicologia ensina como identificar os mentirosos

A psicologia oferece insights sobre pistas comportamentais e sinais que podem ajudar na identificação de possíveis mentirosos. Embora não exista uma fórmula infalível para detectar mentiras, aqui estão algumas informações e técnicas que podem ser úteis:

Linguagem corporal: Preste atenção à linguagem corporal da pessoa. Sinais de desconforto, como movimentos nervosos, evasão do contato visual, toques frequentes no rosto ou no pescoço, cruzar os braços defensivamente, podem indicar que algo está errado. No entanto, é importante notar que esses sinais também podem ser causados por ansiedade ou nervosismo, e nem todos os mentirosos exibem esses comportamentos.

Expressões faciais: Observe as expressões faciais da pessoa. Microexpressões, que são expressões faciais rápidas e involuntárias, podem revelar emoções genuínas. Por exemplo, um breve olhar de surpresa, medo ou raiva em meio a uma expressão neutra pode indicar que a pessoa está escondendo algo. No entanto, a leitura precisa de microexpressões requer prática e treinamento especializado.

Inconsistências e contradições: Esteja atento a inconsistências ou contradições na história da pessoa. Mudanças na narrativa, detalhes conflitantes ou informações que não se encaixam podem indicar que a pessoa está mentindo. Faça perguntas adicionais para obter mais clareza e verificar a consistência das respostas.

Respostas evasivas: Se a pessoa evita responder diretamente a uma pergunta simples ou desvia constantemente do assunto, isso pode ser um sinal de que ela está escondendo algo. Fique atento a respostas vagas ou que fogem do ponto principal da pergunta.

Confira:

Observação do padrão de linguagem: Observe se há uma mudança no padrão de linguagem da pessoa. Por exemplo, ela pode evitar usar pronomes de primeira pessoa (“eu”) para distanciar-se da mentira. Também pode haver um aumento no uso de palavras de negação, como “não” ou “nunca”, como uma tentativa de encobrir a verdade.

Intuição e contexto: Confie em sua intuição e leve em consideração o contexto da situação. Se algo parecer suspeito ou não se encaixar corretamente, isso pode ser um sinal de que a pessoa está mentindo. Considere também o conhecimento prévio sobre a pessoa e o contexto em que a mentira pode ocorrer.

É importante lembrar que essas dicas são apenas indicadores e não provas definitivas de uma mentira. Algumas pessoas são muito habilidosas em esconder suas mentiras, e a detecção de mentiras é uma tarefa desafiadora. Se a detecção de mentiras for crucial ou se houver consequências significativas envolvidas, é recomendável procurar a ajuda de um especialista treinado em detecção de mentiras, como um polígrafo ou um profissional em análise comportamental.

Entrevista Cognitiva

A Entrevista Cognitiva é uma técnica de investigação utilizada na psicologia e na área da aplicação da lei para obter informações detalhadas e precisas de testemunhas oculares de eventos. Ela foi desenvolvida com base em pesquisas sobre memória e cognição e tem como objetivo maximizar a recordação e minimizar a distorção de informações.

A técnica da Entrevista Cognitiva envolve o uso de estratégias específicas para ajudar a pessoa a lembrar dos eventos de forma precisa. Aqui estão os passos gerais envolvidos na Entrevista Cognitiva:

Relato livre: Inicialmente, a testemunha é encorajada a relatar livremente tudo o que se lembra do evento, sem interrupções ou direcionamentos. Isso permite que a pessoa traga à tona o máximo de informações possíveis sem influência externa.

Reconstituição do evento: A testemunha é solicitada a relatar o evento na ordem inversa, começando pelo final e retrocedendo cronologicamente. Isso ajuda a evitar a influência de esquemas de memória preexistentes e permite que a pessoa se concentre nos detalhes específicos do evento.

Estimulação contextual: A pessoa é incentivada a recriar o contexto do evento, imaginando-se novamente na cena e descrevendo as sensações, emoções e aspectos sensoriais relacionados a ele. Isso ajuda a recuperar informações adicionais e detalhes que podem ter sido negligenciados inicialmente.

Questionamento específico: O entrevistador faz perguntas específicas e abertas sobre detalhes específicos do evento, como cores, tamanhos, movimentos, rostos, diálogos, etc. Essas perguntas visam extrair informações detalhadas e evitar generalizações imprecisas.

Mudança de perspectiva: A testemunha é encorajada a descrever o evento de diferentes perspectivas, como se estivesse vendo de um ângulo diferente ou como se fosse outra pessoa presente no local. Essa técnica pode ajudar a identificar informações adicionais e corrigir distorções de memória.

A Entrevista Cognitiva baseia-se na ideia de que as pessoas têm mais probabilidade de se lembrar de informações precisas quando são incentivadas a recuperá-las usando estratégias cognitivas específicas. Ao permitir que a testemunha relate livremente, reconstitua o evento, estimule o contexto, faça questionamentos específicos e mude a perspectiva, busca-se maximizar a precisão e a quantidade de informações fornecidas.

Essa técnica tem sido amplamente utilizada em investigações criminais e em situações em que a precisão e a confiabilidade do testemunho são essenciais. No entanto, é importante ressaltar que a eficácia da Entrevista Cognitiva pode variar de pessoa para pessoa e depende de vários fatores, como a qualidade da memória da testemunha, o intervalo de tempo desde o evento e a capacidade do entrevistador em conduzir a entrevista de maneira adequada.

 

Por Wágno Lima

Cel. Glauber (editor-chefe)

Editor-chefe do Site JusTocantins, coronel da reserva da PMTO, formado em Segurança Pública, Direito e Administração de Empresas. Pós-graduado em Gestão Pública, Docência do Ensino Superior. Ex-Comandante Geral da PMTO, ex-Secretário de Justiça, Professor universitário, Pai de 4 filhos e 3 netos . Grato a DEUS pela minha vida