A Polícia Civil concluiu as investigações da morte do advogado criminalista Charlesman da Costa Silvano, de 37 anos, ocorrida em 12 de agosto deste ano, em Alexânia. A vítima era primo do prefeito da cidade e foi morto a tiros pelo cliente, Gilberto Gomes de Oliveira. O homem confessou o crime aos policiais e foi indiciado por homicídio qualificado.
De acordo com a delegada Silzane Bicalho, responsável pelo caso, o inquérito foi concluído e encaminhado ao Poder Judiciário. Gilberto foi indiciado por homicídio com os qualificadoras de emboscada e traição. A pena para esse tipo de crime pode chegar a 30 anos de cadeia. Aos policiais ele disse que cometeu o crime porque descobriu que a esposa o traiu com o advogado enquanto ele estava preso.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), que criou um grupo para acompanhar a investigação da morte de Charlesman, ainda não se pronunciou sobre a conclusão do inquérito.
Relembre o caso
De acordo com a polícia, Charlesman era advogado de defesa de Gilberto em uma série de processos na Justiça. O mais recente na época, se referia ao suposto envolvimento do cliente com o tráfico de drogas. Sendo assim, os dois mantinham contato pois precisavam tratar desses assuntos.
Em depoimento, a esposa de Gilberto contou que o marido sempre sentiu ciúmes do advogado com ela. Na noite de 11 de de agosto, durante uma discussão de casal, a mulher revelou ao companheiro que teve um caso amoroso com Charlesman. A traição aconteceu em 2019, quando Gilberto cumpria pena na cadeia.
Aos policiais, a esposa de Gilberto disse que, após a revelação, ele ficou “transtornado” e “passou a noite cheirando cocaína”. Na manhã do dia 12 de agosto, mandou uma mensagem para Charlesman, marcando de se encontrar com ele no Setor Clube Nova Flórida.
Segundo a delegada, quando o advogado chegou ao local combinado, Gilberto desceu da moto e entrou na caminhonete dele. Charlesman perguntou o que tinha acontecido e o cliente respondeu que sua estava sendo traído e, na sequência, efetuou vários disparos contra a vítima.
A princípio, o registro da troca de mensagens entre Gilberto e Charlesman, encontrada no celular do advogado, foi uma das principais evidências da autoria do crime. Fora o relato de uma testemunha, que viu Gilberto efetuando os disparos.
Mas, segundo a delegada, Gilberto também confessou o crime em depoimento, não restando dúvidas sobre o que havia acontecido.
Confronto
Logo após encontrar as mensagens trocadas por Gilberto com o advogado, os policiais foram em busca dele. Segundo a polícia, ele tentou resistir à prisão, empurrando um dos militares e apontando uma faca. Porém, os policiais atiraram na perna dele e o levaram preso.
Na casa, a polícia também encontrou a moto usada no crime e a jaqueta que o suspeito usava, que batia com a descrição de uma testemunha.
Depois de preso, Gilberto contou que a arma do crime estava com um amigo, e indicou o endereço aos policiais. Quando a equipe chegou ao local, foi recebida a tiros por quatro homens, dando início a um confronto. Um dos suspeitos conseguiu pular um muro e fugir, os outros três foram alvejados e um morreu.
Segundo a polícia, a suspeita é que todos façam parte da organização criminosa de Gilberto. Com os homens, foram apreendidas três pistolas, bem como porções de maconha e cocaína.
De acordo com a delegada, somente Gilberto foi indiciado pela morte de Charlesman.