A organização não governamental (ONG) Observatório de Mortes e Violências contra LBGTI+ divulgou essa semana dossiê em que aponta 273 mortes de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres e homens trans, pessoas transmasculinas, não binárias e demais dissidências sexuais e de gênero de forma violenta no país, em 2022. Desse total, 228 foram assassinatos, correspondendo a 83,52% dos casos; 30, suicídios (10,99%); e 15 mortes por outras causas (5,49%). O relatório foi divulgado no site do Observatório de Mortes e Violências contra LBGTI+ no Brasil.
O lançamento do dossiê será na próxima terça-feira (16), às 16h, em Brasília, junto com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e a Secretaria Nacional O dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+.
Conforme os dados do relatório, as 273 mortes correspondem a uma pessoa LGBTI+ assassinada a cada 32 horas, ou a uma média de duas mortes a cada três dias. O documento foi criado com base em registros de casos relatados em reportagens online, notícias de redes sociais e de portais eletrônicos. Também juntou informações em institutos médicos legais (IMLs) e secretarias de Segurança Pública e também relatos pessoais incluídos na investigação.
O total de crimes de ódio apresentou declínio em relação ao ano anterior, quando foram registradas 316 mortes, mas, o Brasil continua campeão no ranking mundial desses crimes há 14 anos, seguido pelo México, com 120 mortes. Em 2020, foram apurados 237 assassinatos.
Segundo o observatório, o dossiê evidencia que o Brasil é um país violento, tem uma quantidade de homicídios muita alta, de modo geral, e isso reflete na população LGBTI+ em especial, porque muitos casos têm agravantes, como a desfiguração do rosto das pessoas, corte de órgãos genitais e estupro.
ONG
A ONG foi fundada em janeiro de 2020, participam também a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT). A elaboração do dossiê teve apoio do Fundo do Reino dos Países Baixos e do Fundo Brasil de Direitos Humanos, que têm financiado uma série de ações realizadas pela Acontece LGBTI+.
Texto: Lorena Karlla
Com informações da Agência Brasil