Moradia compartilhada se torna uma tendência crescente no país devido ao aumento dos preços dos aluguéis

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Cel. Glauber (editor-chefe)

O estudante David Silva, de 21 anos, tomou a decisão de deixar São Paulo há quatro anos para estudar e morar em Santa Catarina, depois de conquistar uma bolsa integral em uma faculdade de publicidade e propaganda. Longe de casa, ele começou morando sozinho em um kitnet alugado em Joinville. No entanto, com o aumento dos preços dos aluguéis e a necessidade de reduzir as despesas, o estudante teve que se aventurar em um novo estilo de moradia.

 

Há três meses, David deixou o kitnet, que ele descreve como muito apertado e distante da faculdade, e passou a dividir um apartamento de 90m² com outra pessoa. O imóvel possui dois quartos, um único banheiro para os dois, uma cozinha pequena e uma sala, com o aluguel no valor de R$ 1,5 mil. De acordo com o estudante, quase tudo na residência é dividido, exceto a alimentação.

 

“Estou morando com um rapaz que conheci pela internet. Vi um anúncio dele procurando um apartamento para morar na mesma cidade. Conversamos e decidimos compartilhar a moradia. Aqui, dividimos quase tudo, exceto a alimentação, pois cada um tem sua própria dieta. Mas dividimos o gás, a internet, água, luz, material de limpeza e até mesmo a pizza do domingo”, relatou.

 

Segundo o estudante, aqueles que vivem em moradias compartilhadas conseguem economizar bastante, mas acabam abrindo mão de um pouco de privacidade. “Vivendo nesse tipo de moradia, abrimos mão de muita individualidade. Há momentos em que precisamos de espaço, de ficar sozinhos. Por isso, era muito importante ter um quarto exclusivo para mim na residência”, confessou.

 

Não muito distante de onde David mora e com uma trajetória semelhante, Yeda Teixeira, de 26 anos, também morou em uma residência compartilhada em Santa Catarina devido aos estudos. Atualmente formada, ela mora sozinha na capital paulista, mas durante quatro anos dividiu um apartamento em Florianópolis.

 

“Devido aos custos elevados, tive que conviver com três meninas ao longo de quatro anos. A primeira dividia a moradia comigo por um ano antes de ir morar com o namorado. A segunda ficou três anos. Já a terceira convivemos apenas por seis meses. Conheci essas meninas por meio de anúncios em grupos do Facebook”, disse.

 

Há dois anos, Yeda Teixeira mora sozinha em São Paulo, mas está buscando outra pessoa para compartilhar a moradia novamente. Segundo ela, a principal razão para optar por essa convivência é o valor dos aluguéis, que consomem boa parte de sua renda mensal.

 

“O aluguel aqui em São Paulo acaba consumindo 60% do meu salário. É algo absurdo. Não consigo mais morar sozinha. Atualmente, pago R$ 2.400 de aluguel. É terrível”, revelou Yeda Teixeira.

 

Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M)

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou uma deflação de 1,84% em maio, após uma queda de 0,95% em abril. No entanto, especialistas acreditam que essa queda não terá impacto nos preços dos aluguéis no Brasil, uma vez que o valor dos imóveis está mais ligado ao mercado. Como há uma grande demanda e pouca oferta, a tendência é que os preços continuem altos.

 

“O preço dos aluguéis é determinado pela oferta disponível de imóveis para locação e pelo número de pessoas interessadas em alugar imóveis. Por essa razão, podemos afirmar que a variação do IGP-M não é um fator determinante para o preço médio dos aluguéis”, afirmou o economista e sócio-diretor da PPK Consultoria, João Rogério Filho, em entrevista à reportagem.

Cel. Glauber (editor-chefe)

Editor-chefe do Site JusTocantins, coronel da reserva da PMTO, formado em Segurança Pública, Direito e Administração de Empresas. Pós-graduado em Gestão Pública, Docência do Ensino Superior. Ex-Comandante Geral da PMTO, ex-Secretário de Justiça, Professor universitário, Pai de 4 filhos e 3 netos . Grato a DEUS pela minha vida