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Justiça determina julgamento pelo Tribunal do Júri Popular de lavrador acusado de matar esposa com tiros nas costas e na cabeça por ciúmes

Publicado por
Flávia Ferreira

 

A juíza Aline Marinho Bailão Iglesias, da 1ª Escrivania Criminal de Novo Acordo, determinou que o lavrador José Milton Rodrigues Lima, 57 anos, seja submetido ao Tribunal do Júri Popular. A sentença de pronúncia, emitida no último sábado, 4 , indica que há indícios suficientes para que o caso seja julgado pelos jurados. O defensor do réu respeita a decisão, mas vai recorrer.

A magistrada ressaltou que, nos casos de crimes contra a vida, cabe aos jurados avaliar as acusações, especialmente a existência de intenção nos delitos imputados e a responsabilidade do réu.

DETALHES DO CRIME E ACUSAÇÕES

A denúncia aponta o réu como autor da morte da esposa em 28 de junho de 2023, por volta das 17h20, na residência do casal em Lagoa do Tocantins. Segundo a sentença, o réu agiu com determinação para matar, movido por ciúmes, e com recursos que dificultaram a defesa da vítima.

No dia do crime, José e sua esposa Elsimar Fernandes Araújo, de 36 anos, saíram juntos para beber. Mais tarde, Elsimar começou a sentir falta de ar e decidiu ir ao hospital. Ao não encontrá-la ao retornar para casa, José ficou furioso.

Quando voltou para casa, o suspeito expulsou a enteada, Laurivania Fernandes, e ameaçou matar a esposa. Durante a discussão que se seguiu entre o casal, José pegou uma arma e disparou três tiros.

A vítima morreu após ser atingida por três tiros, dois pelas costas e um na cabeça. O crime foi caracterizado como feminicídio, por ter sido contra a mulher em razão de sua condição feminina e contexto de violência doméstica.

A juíza relata que durante o processo, testemunhas confirmaram o histórico de violência do réu contra a esposa, além da tentativa de assassinato da enteada, que conseguiu escapar dos tiros.

O acusado admitiu o crime contra a esposa durante a instrução processual, porém negou ter atirado na enteada. Alegou ter agido sob “violenta emoção” após a discussão com a companheira.

PRISÃO RESTABELECIDA E PRÓXIMAS INSTÂNCIAS

Após ser preso e liberado provisoriamente em setembro de 2023, o lavrador teve sua prisão preventiva restabelecida em fevereiro de 2024 pela juíza, visando garantir a ordem pública.

A defesa ainda pode recorrer ao Tribunal de Justiça contra a decisão de enviar o réu a julgamento popular. Após esgotadas todas as instâncias de recurso, será marcada a data do julgamento pelo Tribunal do Júri.

Flávia Ferreira