Editorial

Artigo: A CURA GAY EXISTE? O QUE DIZ A CIÊNCIA SOBRE ESSE TEMA TÃO POLÊMICO

Publicado por
Cel. Glauber (editor-chefe)

A origem da homossexualidade é um tópico complexo e tem sido objeto de estudo em várias disciplinas, incluindo psicologia, biologia, genética, e neurociência. Até o momento, não há uma explicação única e definitiva para a origem da orientação sexual, incluindo a homossexualidade. A compreensão atual é que a orientação sexual é um fenômeno complexo e multifatorial, influenciado por uma interação complexa entre fatores biológicos, genéticos, hormonais, ambientais e sociais.
Aqui estão algumas das principais perspectivas que a ciência tem explorado:
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Fatores Genéticos: Estudos têm sugerido que há uma influência genética na orientação sexual. No entanto, nenhum “gene gay” específico foi identificado, e a hereditariedade parece ser apenas um dos muitos fatores que contribuem para a orientação sexual.
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Fatores Hormonais no Desenvolvimento: Existe a hipótese de que a exposição a determinados hormônios durante o desenvolvimento fetal pode influenciar a orientação sexual. No entanto, a relação exata entre esses fatores ainda não está completamente compreendida.
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Fatores Neurobiológicos: Algumas pesquisas exploram diferenças na estrutura ou funcionamento do cérebro entre indivíduos heterossexuais e homossexuais. No entanto, essas descobertas são correlacionais e não estabelecem uma relação causal direta.
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Ambiente e Experiências de Vida: Fatores ambientais e experiências de vida também podem desempenhar um papel na formação da orientação sexual. Questões sociais, culturais e familiares podem influenciar a maneira como uma pessoa vivencia e expressa sua orientação sexual.
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É crucial observar que a orientação sexual é uma característica natural e varia amplamente entre os indivíduos. A American Psychological Association e outras organizações de saúde mental afirmam que a homossexualidade não é uma doença mental e que esforços para mudar a orientação sexual são considerados não éticos e não eficazes.
Em resumo, enquanto a ciência continua a explorar os fatores que contribuem para a orientação sexual, não existe uma explicação única e conclusiva. A compreensão atual destaca a complexidade e a diversidade da experiência humana em relação à orientação sexual.

FREUD EXPLICA

A psicanálise, uma teoria desenvolvida por Sigmund Freud e posteriormente expandida por outros psicanalistas, aborda a sexualidade humana como uma parte fundamental do desenvolvimento psicossexual. No entanto, é importante notar que as visões dentro da psicanálise podem variar, e nem todos os psicanalistas concordam com as mesmas interpretações.
Freud, em suas teorias originais, descreveu o desenvolvimento psicossexual em várias fases, começando pela fase oral, passando pela fase anal, pela fase fálica, pela fase de latência e, finalmente, pela fase genital. Na fase fálica, Freud introduziu o conceito de Complexo de Édipo, que envolve a atração inconsciente da criança pelo progenitor do sexo oposto e a rivalidade com o progenitor do mesmo sexo.
Freud observou que, para muitas crianças, a resolução do Complexo de Édipo envolvia a identificação com o progenitor do mesmo sexo e a internalização de seus valores e comportamentos. Nesse processo, a criança desenvolveria sua identidade de gênero e sua orientação sexual.
No entanto, Freud também reconheceu que a psicanálise tinha limitações em explicar a diversidade da orientação sexual, especialmente a homossexualidade. Posteriormente, outros psicanalistas modificaram e expandiram as teorias de Freud, levando a diferentes perspectivas dentro da psicanálise.
As visões contemporâneas na psicanálise frequentemente reconhecem a complexidade e a diversidade da sexualidade humana. Muitos psicanalistas atualmente não consideram a homossexualidade como uma patologia e enfatizam que a orientação sexual é uma parte natural da variação humana. Eles destacam que a orientação sexual é influenciada por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais, e não pode ser reduzida a um único evento ou processo no desenvolvimento.
Em resumo, enquanto a psicanálise ofereceu algumas teorias iniciais sobre a formação da orientação sexual, a compreensão atual dentro dessa disciplina reconhece a complexidade do fenômeno e enfatiza uma abordagem mais inclusiva e respeitosa em relação à diversidade da sexualidade humana.

A HOMOSSEXUALIDADE É UMA DOENÇA?

A homossexualidade não é considerada uma doença pela comunidade médica, psicológica e psiquiátrica. A classificação da homossexualidade como uma doença foi removida dos manuais diagnósticos oficiais em grande parte do mundo.
O Código Internacional de Doenças (CID) é uma classificação internacional de doenças mantida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A homossexualidade foi listada como uma doença mental no CID-9, mas em 1992, a CID-10 removeu essa categorização. A remoção foi baseada no entendimento de que a orientação sexual não é uma patologia ou distúrbio mental.
Desde então, a Organização Mundial da Saúde e outras organizações de saúde, como a American Psychiatric Association e a American Psychological Association, afirmam que a homossexualidade não é uma condição patológica. Essas organizações enfatizam que a diversidade da orientação sexual é uma parte natural e normal da variação humana.
É importante destacar que muitos países ao redor do mundo têm avançado em termos de direitos e aceitação para a comunidade LGBTQ+, e políticas e práticas discriminatórias baseadas na orientação sexual têm sido desafiadas e condenadas. A visão predominante na comunidade científica e nas principais organizações de saúde é de respeito à diversidade sexual e de promoção da igualdade e dos direitos humanos.

A CURA GAY EXISTE?

Não há consenso científico de que a orientação sexual seja uma condição que necessite de “cura”. A ideia de “cura gay” se refere a esforços para mudar a orientação sexual de uma pessoa, muitas vezes associados a práticas conhecidas como terapias de conversão ou terapias de reorientação sexual. Essas práticas têm sido fortemente criticadas por organizações médicas e de saúde mental devido à falta de base científica, à potencialidade de causar danos psicológicos e emocionais, e à violação dos direitos humanos.
Organizações respeitáveis, como a American Psychological Association (APA), a Associação Psiquiátrica Americana e muitas outras em todo o mundo, condenam a terapia de conversão e afirmam que não há evidências científicas que sustentem a ideia de que a orientação sexual possa ser ou deva ser mudada por meio de intervenções terapêuticas.
A orientação sexual, incluindo a homossexualidade, é reconhecida pela maioria das organizações médicas e de saúde mental como uma parte normal e natural da variação humana. Muitos especialistas concordam que tentar mudar a orientação sexual de uma pessoa não apenas é ineficaz, mas também pode resultar em efeitos prejudiciais, como ansiedade, depressão e aumento do risco de suicídio.
É importante notar que várias jurisdições ao redor do mundo têm proibido ou restringido a prática das terapias de conversão devido às preocupações éticas e à falta de fundamentação científica. A ênfase na aceitação, apoio e respeito à diversidade da orientação sexual é a abordagem ética e respaldada pela ciência em relação a questões de identidade e expressão sexual.

Por Uágno Lima

Cel. Glauber (editor-chefe)

Editor-chefe do Site JusTocantins, coronel da reserva da PMTO, formado em Segurança Pública, Direito e Administração de Empresas. Pós-graduado em Gestão Pública, Docência do Ensino Superior. Ex-Comandante Geral da PMTO, ex-Secretário de Justiça, Professor universitário, Pai de 4 filhos e 3 netos . Grato a DEUS pela minha vida