A Polícia Federal realizou na manhã desta quarta-feira, 12, uma nova fase de investigações que envolvem o governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos). Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Santa Tereza do Tocantins, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A nova ação, batizada de Operação Nêmesis, investiga suspeitas de tentativa de atrapalhar as apurações da Operação Fames-19, que trata de desvios de recursos da Covid-19 e de emendas parlamentares usadas na compra de cestas básicas durante o período da pandemia.
Wanderlei Barbosa está afastado do cargo desde início de setembro, após o cumprimento de mandados da Fames-19. A PF apura se parte do dinheiro das cestas básicas teria sido desviada e usada na construção de uma pousada de luxo associada à família do governador. A assessoria de Wanderlei Barbosa informou que celulares foram apreendidos durante as buscas e que, por enquanto, não haverá manifestação sobre o caso.
De acordo com a Polícia Federal, as novas diligências surgiram a partir de indícios descobertos durante a segunda fase da Operação Fames-19, que levou ao afastamento de Wanderlei e da primeira-dama Karynne Sotero Campos, ex-secretária extraordinária de Participações Sociais. Ambos negam envolvimento nos fatos investigados.
Indícios de destruição de provas
Os agentes identificaram sinais de que investigados utilizaram veículos oficiais para retirar documentos e materiais que interessavam à investigação, com o objetivo de dificultar o trabalho da PF. As ações desta quarta-feira visam impedir a destruição e ocultação de provas, além de reunir novos elementos para esclarecer o caso e identificar outros possíveis envolvidos.
Decisão do STJ
O afastamento de Wanderlei Barbosa e de Karynne Sotero foi determinado pelo ministro Mauro Campbell, do STJ, no dia 3 de setembro, e posteriormente confirmado pela Corte Especial. Eles são suspeitos de desviar recursos públicos entre 2020 e 2021, período de emergência sanitária por causa da pandemia.
Crimes sob investigação
As investigações tratam de possíveis crimes de fraude em licitação, peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. À época dos desvios, Wanderlei era responsável pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas), órgão encarregado de administrar os recursos destinados à população afetada pela crise sanitária.
Envolvimento de outros investigados
De acordo com as apurações, Karynne Sotero teria tido papel ativo nas contratações, organizando documentos e atuando para garantir o repasse de recursos públicos, além de ter conhecimento prévio sobre o pagamento de vantagens indevidas.









