Rede de proteção do Tocantins é capacitada sobre entrega voluntária de recém-nascidos para adoção

 

Mais de 90 pessoas que atuam na Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente participaram, de forma on-line, de uma formação sobre a entrega voluntária de recém-nascidos para adoção e sobre o atendimento à pessoa gestante. O curso foi direcionado a quem trabalha em cidades como Bernardo Sayão, Brasilândia, Colinas, Couto Magalhães, Juarina e Palmeirante.

A formação foi promovida pelo promotor Sidney Fiori Júnior, com apoio do promotor Matheus Adolfo dos Santos da Silva, ambos do Ministério Público do Tocantins (MPTO).

Quem conduziu a formação foram Elvira Alessandra Karczeski e Taila Medeiros Terra, do Grupo Gestor das Equipes Multidisciplinares do Judiciário tocantinense. Elas apresentaram o que já vem sendo feito no estado sobre esse tema. Também participaram do encontro Ana Mara Carneiro Mourão, da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja-TO), e o juiz Adriano Gomes de Melo Oliveira, do Tribunal de Justiça do Tocantins.

O promotor Sidney Fiori Júnior explicou que a entrega voluntária de um bebê para adoção é totalmente legal, não configura abandono e evita práticas ilegais como a “adoção à brasileira”.  “A entrega voluntária de crianças recém-nascidas é legal e segura. Ela não caracteriza abandono e evita o que chamamos de ‘adoção à brasileira’, que acontece sem a garantia dos direitos de crianças, adolescentes e gestantes. Outro ponto importantíssimo é o enfrentamento do infanticídio, do tráfico e da exploração de crianças abandonadas. Nesse contexto, precisamos garantir à pessoa gestante que deseja fazer a entrega voluntária o acesso a informações e todo o suporte para a tomada de decisão, contribuindo simultaneamente para o futuro e o bem-estar da criança”.

Ele destacou ainda que, com essa alternativa legal, é possível combater crimes graves, como infanticídio e tráfico de crianças. Para isso, é essencial garantir que a pessoa gestante tenha acesso a informações, apoio e acolhimento antes de tomar qualquer decisão.

O que foi abordado na formação

Durante o encontro, os participantes estudaram o que dizem as leis sobre o assunto, como a Constituição, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Lei da Adoção e uma resolução recente do Conselho Nacional de Justiça.

Além das leis, também foram discutidas situações delicadas, como quando a gestante é menor de idade, vive em situação de rua ou engravidou em decorrência de violência. Fatores como falta de apoio da família, dificuldade de acesso a serviços públicos e questões econômicas e psicológicas também foram levados em conta.

Como acolher a gestante que deseja entregar o bebê

A formação destacou formas de garantir apoio adequado à gestante, como:

  • Receber a gestante sem julgamentos;

  • Evitar que ela passe por situações traumáticas novamente;

  • Informar sobre os direitos previstos em lei;

  • Deixar clara a diferença entre abandono e entrega legal;

  • Proteger o direito de fazer a entrega de forma sigilosa.

Novos cursos devem acontecer em breve

A formação não vai parar por aqui. A partir de agosto, novas capacitações devem ser oferecidas, principalmente para profissionais da saúde, da assistência social e da educação. O foco será preparar quem trabalha em hospitais e maternidades, além de conselheiros tutelares e servidores de cartórios.

Durante a reunião, também ficou definido que serão criados grupos de atuação para acompanhar o tema nas diferentes regiões do estado.

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
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