Na manhã desta terça-feira, 5 de dezembro, a Polícia Civil deflagrou a Operação Najas no município de Caseara, Tocantins, visando cumprir 19 mandados de busca e apreensão, 15 mandados de afastamento de função pública e 20 medidas cautelares. O total de fiança recolhida entre os investigados atinge a cifra de R$ 1,64 milhão. A operação, conduzida pela 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC – Paraíso do Tocantins), foca em autoridades municipais, incluindo prefeita, vice-prefeito, presidente da Câmara de Vereadores, secretários municipais e empresas associadas.
Investigação aponta fraude em licitações e desvio de recursos públicos
A investigação, iniciada pela gestão municipal em 2017, concentra-se em supostas práticas de fraude em licitações, desvio de recursos públicos, organização criminosa, lavagem de capitais e falsidade ideológica. A suspeita recai sobre a contratação de uma empresa fictícia para locação de veículos às Secretarias da Saúde e Educação. A empresa, criada após as eleições de 2016, movimentou mais de R$ 23 milhões entre 2016 e 2020, segundo dados apurados.
Esquema inclui criação de empresas fictícias e transferência irregular de veículos
O grupo, segundo a investigação, teria criado a empresa fictícia para aparentar legalidade nas licitações. A frota da empresa não era suficiente para atender à demanda, chegando ao ponto de locar o mesmo veículo para duas secretarias. Ao final do contrato em 2021, a empresa teria transferido veículos para os filhos da prefeita municipal.
Licitações fraudulentas e dinheiro desviado para contas pessoais
Os procedimentos licitatórios apresentavam indícios de fraude, incluindo documentação ideologicamente falsa. Os veículos eram locados a preços superfaturados, e os valores recebidos pelo proprietário da empresa eram transferidos para contas pessoais. Moradores locais de origem humilde também estariam transferindo quantias significativas para a empresa fictícia.
Descoberta de armas e afastamento de autoridades
Durante as buscas, armas de fogo e munições foram encontradas nas residências dos secretários e da prefeita. As autoridades foram conduzidas à delegacia para procedimentos legais. Em decorrência das investigações, prefeita municipal, vice-prefeito, presidente da Câmara e ocupantes de diversas secretarias foram afastados de seus cargos.
Medidas cautelares e fiança totalizam R$ 1,64 milhão
Além do afastamento, foram decretadas medidas cautelares alternativas à prisão, como a proibição de contato entre investigados e testemunhas. O Poder Judiciário estipulou fiança no valor total de R$ 1,64 milhão, que nenhum dos investigados pagou até o momento. Todos permanecem à disposição do Tribunal de Justiça aguardando desdobramentos do processo. Ao final do dia, um balanço completo das ações será divulgado pela Polícia Civil.