Mulheres indígenas de todo o Brasil participam da III Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília, num momento de reivindicação de direitos tendo elas como protagonistas. E o Tocantins esteve representado neste movimento através de uma delegação formada por cerca de 200 pessoas, dos povos Krahô, Krahô Kanela, Karajá, Apinajé, Javaé e Xerente. A programação finaliza nesta quarta, 13, mas, desde o último domingo, 10, já ocorreram diversas atividades, incluindo encontros com lideranças políticas, mesas de debates, entre outros.
Na apresentação oficial das delegações na Marcha nesta segunda-feira, 11, uma mostra da diversidade cultural dos povos originários ocupou de cores, ritos e cantos o gramado da Funarte (Fundação Nacional de Arte), numa somatória das danças, músicas, vestimentas e adereços visuais que traduzem o modo de vida e os saberes de cada um dos milhares de povos indígenas do Brasil, ali presentes. Desde a delegação do Sudeste do Brasil, que reuniu, em dois ônibus, indígenas do Rio de Janeiro e São Paulo, e viajou mais de 24 horas para se encontrar com os demais ‘parentes’ do País.

Um total de 67 pessoas, das etnias Tuxá, Latiria, Guajajara, entre outras, se juntaram aos irmãos de outras etnias; às mulheres da povo Kaiapó do Mato Grosso, que encantavam com as danças sincronizadas, no centro da gramado da Funarte, desde as primeiras horas da manhã.

O JusTocantins acompanhou a apresentação da Delegação do Tocantins na segunda-feira, 11, para registrar o momento simbólico em que as mulheres adentraram a arena montada no centro do gramado, entoando cânticos e carregando faixas pedindo a demarcação de terras e respeito aos direitos dos indígenas. E também a alegria de Domingos Kajrer Krahô, de 53 anos,

que estava acompanhando as mulheres Krahô, da Aldeia Fontoura, em Goiatins. Logo cedo, com a ajuda das próprias mulheres da família, ele começou a se preparar, recebendo as pinturas corporais, e vestindo os adornos da representação do seu povo, e logo alertou: “Estou interessado em ouvir as discussões, saber das coisas, e também de dançar, cantar e mostrar nossa cultura”.
O presidente do Instituto Indígena do Tocantins (Idtins), Paulo André Ixati Karajá,

que também estava recebendo sua pintura corporal, explicou que elas são como uma vestimenta para cada ocasião, e cada uma tem um significado. “Hoje estou recebendo a pintura do guerreiro, para ir para a luta, de uma forma pacífica reivindicando os nossos direitos”.
Oficina
A delegação tocantinense também contou com a oficina “Salvaguardas e Direitos dos Povos Indígenas” que tratou sobre a temática dos direitos dos povos indígenas em relação a projetos que sobrepõem seus territórios.
