O Ministério Público do Tocantins (MPTO) deu início a um procedimento investigativo para avaliar e acompanhar os desdobramentos do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, que conecta as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). A tragédia, ocorrida no último domingo (22), envolveu a queda de veículos no rio Tocantins, incluindo caminhões carregados com produtos químicos perigosos, como ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, o que gerou preocupação quanto aos impactos ambientais e à saúde pública.
O procedimento foi formalizado por meio de portaria assinada pelo promotor de Justiça Elizon de Sousa Medrado, da Promotoria de Plantão da 8ª Regional. Entre os objetivos estão o monitoramento da qualidade da água do rio Tocantins, a proteção das comunidades ribeirinhas e a avaliação dos danos ecológicos e econômicos gerados pelo desastre.
Preocupações Ambientais e Logísticas
Segundo o MPTO, o colapso da estrutura representa um risco significativo para o meio ambiente e a população local. Há alertas sobre a possibilidade de contaminação das águas do rio e prejuízos à biodiversidade regional. Além disso, o desabamento gerou transtornos na logística local, aumentando o fluxo de veículos em rotas alternativas, como a Ponte Dom Afonso Felipe Gregory, em Imperatriz (MA).
O MPTO destacou que acompanha de perto as medidas emergenciais e exige ações rápidas e eficazes das autoridades competentes.
Medidas Adotadas
Diversos órgãos foram acionados pelo Ministério Público, incluindo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), secretarias estaduais de meio ambiente, defesa civil e os corpos de bombeiros do Tocantins e Maranhão. Entre as providências requeridas estão:
- Relatórios detalhados sobre as cargas químicas transportadas pelos caminhões envolvidos no acidente;
- Laudos técnicos sobre a contaminação da água e planos emergenciais para sua descontaminação;
- Dados sobre casos de intoxicação e medidas protetivas para as comunidades ribeirinhas;
- Estratégias para garantir a segurança e fluidez do tráfego em rotas alternativas.
Prazo para Respostas
O MPTO estipulou o prazo de cinco dias para que os órgãos envolvidos apresentem diagnósticos preliminares e encaminhem soluções para os problemas identificados.
O promotor Elizon de Sousa Medrado reforçou que o Ministério Público atuará de forma incisiva para proteger os direitos coletivos e garantir que as medidas necessárias sejam tomadas para minimizar os impactos do desastre. “Este é um caso de extrema gravidade que exige respostas rápidas e eficazes. O MPTO estará vigilante e cobrará ações efetivas para proteger o meio ambiente e a população”, destacou o promotor.