Hospital Geral de Palmas deverá reforçar equipe de enfermagem após decisão judicial

Hospital Geral de Palmas deverá reforçar equipe de enfermagem após decisão judicial
Foto: Reprodução

 

Uma atuação do Ministério Público do Tocantins (MPTO) levou a uma decisão judicial que busca corrigir falhas no atendimento prestado pelo Hospital Geral de Palmas (HGP). O Judiciário ordenou que o governo estadual e a empresa contratada façam a adequação do número de enfermeiros, técnicos de enfermagem e instrumentadores cirúrgicos tanto no hospital quanto na Central de Material e Esterilização (CME).

Conforme apontado na ação civil pública movida pela 27ª Promotoria de Justiça da Capital, que atua na área da saúde, a falta de profissionais tem colocado em risco a segurança dos pacientes e afetado diretamente a qualidade do serviço prestado. A insuficiência é mais crítica em setores como as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o centro cirúrgico e os prontos-socorros, tanto o adulto quanto o infantil.

A decisão judicial, divulgada em 8 de outubro, atendeu parcialmente às solicitações apresentadas pelo MPTO. O governo estadual terá um prazo de 60 dias para elaborar um plano técnico detalhado, indicando as medidas e prazos para sanar a carência de profissionais até que o concurso público da área da saúde seja concluído.

Empresa terceirizada deve ajustar quadro funcional

A empresa responsável pela terceirização dos serviços precisa, no prazo máximo de 30 dias, ajustar o número de profissionais da CME e garantir a presença de enfermeiros supervisores em todos os turnos de trabalho, conforme determina a Lei Federal nº 7.498/86, que regula o exercício da enfermagem no país.

MPTO reforça defesa da saúde pública

Para a promotora Araína Cesárea, titular da 27ª Promotoria de Justiça da Capital, a decisão representa um importante passo para garantir o direito à saúde e valorizar o atendimento público. “A ação civil coletiva reforça o compromisso do Ministério Público com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e com a proteção das pessoas que dependem do atendimento público”, finalizou a promotora.

Irregularidades confirmadas por fiscalizações

A decisão, assinada pelo juiz Roniclay Alves de Morais, da Vara de Execuções Fiscais e Saúde de Palmas, reconhece que há uma deficiência grave e prolongada no número de enfermeiros, técnicos e instrumentadores cirúrgicos. O problema foi identificado em fiscalizações do Conselho Regional de Enfermagem do Tocantins (Coren-TO) e também admitido oficialmente pelo próprio Estado.

Fundamentação judicial e entendimento do STF

O magistrado destacou que, diante da “grave e concreta deficiência” nos serviços de saúde pública, é legítima a intervenção do Judiciário para garantir direitos fundamentais como a vida e a saúde, sem que isso configure interferência indevida entre os Poderes. A sentença segue o entendimento do Supremo Tribunal Federal (Tema 698), que reconhece a possibilidade de atuação judicial em situações de omissão ou falha grave em serviços essenciais.

 

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
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