Esquema com laranjas e empresas de fachada causou prejuízo de R$ 8,3 milhões ao fisco do Tocantins, aponta inquérito

 

A Polícia Civil do Tocantins finalizou o inquérito da Operação Orange nessa segunda-feira, 26, revelando um esquema criminoso voltado à sonegação fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O grupo investigado é acusado de causar um rombo superior a R$ 8,3 milhões aos cofres públicos do Estado.

O trio apontado como líderes da atuação criminosa foi identificado como F.B.M, 35 anos; C.K.V.O, 37; e V.G.P.F, 47. Eles teriam utilizado “laranjas” e empresas fantasmas para esconder dívidas tributárias e dificultar a rastreabilidade do fluxo financeiro. A estratégia envolvia transferências societárias para pessoas vulneráveis, sem capacitação técnica ou condições financeiras.

De acordo com o inquérito, a investigação começou após uma representação da Secretaria da Fazenda do Estado, em abril de 2024. Uma das empresas acumulava débito de quase R$ 8 milhões. Outra devia mais de R$ 330 mil. Empresas foram formalmente transferidas para pessoas sem ligação real com as operações, como um dependente químico e um morador de Gurupi que recebia benefícios sociais.

Endereços falsos e contabilidade simulada

As investigações mostram que os endereços empresariais foram alterados para cidades como Natividade e Formoso do Araguaia, onde as companhias nunca chegaram a funcionar. Algumas salas comerciais foram alugadas apenas para manter placas nas fachadas, simulando a existência das sedes.

F.B.M teria repassado a titularidade de uma das empresas por R$ 100 mil a um homem sem qualquer vínculo com a atividade. Em depoimento, o novo sócio afirmou não conhecer o antigo dono nem a empresa. O mesmo ocorreu em outro caso semelhante. Conforme o delegado Vinícius Mendes de Oliveira, os “laranjas” nem sabiam que seus nomes estavam sendo usados.

Ações da polícia e responsabilizações

A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em janeiro deste ano. Foram apreendidos eletrônicos, documentos e veículos. A análise do material confirmou que, mesmo após as transferências, F.B.M seguia controlando as empresas por meio de procurações.

O contador V.G.P.F teve a punibilidade extinta por falecimento em 2021. Os dois homens apontados como “laranjas” não serão denunciados, pois há indícios de que foram enganados. Já F.B.M e C.K.V.O aguardam em liberdade. O caso agora está sob análise da Justiça, após encaminhamento para a 1ª Vara Criminal de Gurupi.

Pedido de bloqueio de bens

A polícia solicitou o bloqueio e o sequestro de bens dos envolvidos, com base na legislação de combate à lavagem de dinheiro. A medida visa garantir a restituição dos valores desviados da Fazenda Estadual.

Foto de Flávia Ferreira
Flávia Ferreira
Flávia Ferreira exerceu diversas funções no campo da comunicação ao longo de sua trajetória profissional. Iniciou como arquivista de texto e imagem evoluindo para a posição de locutora de rádio. Ao longo do tempo, expandiu a atuação para a área de assessoria de comunicação, desempenhando papéis importantes em órgãos como a Secretaria da Comunicação (Secom), Detran e a Secretaria da Administração (Secad), no Tocantins. Flávia Ferreira é graduada em jornalismo pela Universidade Federal do Tocantins - UFT
Compartilhe:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Mais Notícias