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Moraes se declara impedido de julgar ameaças à sua família

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Cel. Glauber (editor-chefe)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu neste sábado (1º) manter a prisão preventiva de dois homens acusados de ameaçar a integridade física de sua família. Entretanto, Moraes se declarou impedido de julgá-los em relação a essas ameaças devido ao seu envolvimento pessoal.

Moraes justificou a manutenção das prisões com base em evidências que indicam atos destinados a “restringir o exercício livre da função judiciária”, especialmente no contexto das investigações sobre os eventos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Ele ressaltou que a prisão preventiva é uma medida “razoável, adequada e proporcional para garantir a ordem pública e interromper a prática criminosa reiterada”.

Apesar de se afastar do julgamento das ameaças contra sua família, Moraes continuará relator da parte do inquérito relacionada à tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, crime previsto no Art. 359-L do Código Penal. Raul Fonseca de Oliveira e Oliveirino de Oliveira Júnior foram presos pela Polícia Federal na sexta-feira (31) sob suspeita desse crime.

Quanto aos crimes de ameaça e perseguição (Art. 147 e 147-A do Código Penal), direcionados à sua família, Moraes declarou impedimento por ser parte interessada, o que inviabiliza sua atuação como julgador nesse aspecto. Esta é a primeira vez que o ministro reconhece seu impedimento em um caso envolvendo tentativa de golpe.

Ao justificar a manutenção das prisões, Moraes citou parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que destacou o conteúdo das mensagens trocadas pelos suspeitos, mencionando “comunismo” e “antipatriotismo”. Segundo a PGR, tais comunicações demonstram claramente a intenção de, através de graves ameaças à família do ministro, restringir o livre exercício da função judiciária nas investigações sobre os atos golpistas de janeiro de 2023.

Cel. Glauber (editor-chefe)

Editor-chefe do Site JusTocantins, coronel da reserva da PMTO, formado em Segurança Pública, Direito e Administração de Empresas. Pós-graduado em Gestão Pública, Docência do Ensino Superior. Ex-Comandante Geral da PMTO, ex-Secretário de Justiça, Professor universitário, Pai de 4 filhos e 3 netos . Grato a DEUS pela minha vida