Com a chegada do Carnaval, muitos trabalhadores e empregadores se questionam sobre as regras que regem esse período. Afinal, os dias de folia são considerados feriado ou ponto facultativo? A resposta pode variar de acordo com a legislação local e a política de cada empresa.
Diferença entre feriado e ponto facultativo
Segundo o advogado Aloísio Costa Junior, especialista em Direito do Trabalho e sócio do escritório Ambiel Advogados, é essencial compreender a distinção entre feriado e ponto facultativo para evitar

problemas no ambiente de trabalho.
“O feriado é uma data estabelecida por lei, voltada à celebração de eventos culturais, históricos ou religiosos. Nesses dias, a legislação trabalhista determina que o trabalho não deve ocorrer, salvo em situações excepcionais. Caso seja necessário o expediente, o empregador deve conceder folga compensatória na mesma semana ou pagar a remuneração em dobro”, explica Costa Junior.
Já o ponto facultativo não possui o mesmo peso legal. “Trata-se de uma opção do empregador. Ele pode decidir se libera ou não os funcionários do expediente. Caso conceda a folga, o trabalhador não sofre descontos salariais, pois a ausência não é considerada falta injustificada”, esclarece o especialista.
O que vale para o Carnaval?
Embora muitos brasileiros associem o Carnaval a um feriado, a data não é considerada feriado nacional. Dessa forma, cabe a estados e municípios decretarem se a festividade terá status de feriado ou apenas de ponto facultativo. Nos locais onde o Carnaval é reconhecido como feriado oficial, os trabalhadores têm direito ao descanso sem prejuízo financeiro ou, caso sejam convocados ao trabalho, devem receber o pagamento em dobro, a menos que haja compensação por meio de folga.
Nos casos em que o Carnaval for apenas ponto facultativo, o empregador tem autonomia para definir se haverá expediente normal, compensação via banco de horas ou liberação dos funcionários. “A compensação pode ser feita mediante acordo individual ou coletivo, permitindo que as horas trabalhadas sejam convertidas em folgas futuras. O prazo para essa compensação pode chegar a seis meses”, afirma Costa Junior.
Consequências para quem falta sem justificativa
O advogado alerta que, quando não há decreto de feriado e o empregador exige o trabalho no Carnaval, a ausência sem justificativa pode resultar em sanções. “O funcionário que faltar pode sofrer descontos salariais proporcionais e até ser advertido. Em casos de reincidência, há risco de suspensão e, em situações mais graves, dispensa por justa causa”, destaca.
Portanto, é fundamental que tanto empregadores quanto empregados estejam atentos à legislação vigente em seu estado ou município para evitar equívocos e garantir um ambiente de trabalho equilibrado durante o período carnavalesco.