Direitos do idoso com Alzheimer: benefícios garantem amparo e dignidade ao longo da vida

Direitos do idoso com Alzheimer

Leis e programas sociais asseguram apoio financeiro, médico e jurídico para idosos diagnosticados com Alzheimer e seus cuidadores.

 

Receber o diagnóstico de Alzheimer na terceira idade transforma profundamente a rotina do idoso e de sua família. A doença, que compromete memória, autonomia e comportamento, exige acompanhamento constante e acarreta custos com tratamentos, medicamentos e cuidados diários. Diante disso, conhecer os direitos legais e assistenciais é essencial para preservar a qualidade de vida e a segurança financeira do paciente.

Amparo legal e política nacional

A Lei nº 14.878/2024 instituiu a Política Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências, que garante atendimento multidisciplinar e suporte tanto ao paciente quanto ao cuidador. A norma reforça direitos já previstos em legislações anteriores, ampliando a proteção e o acompanhamento contínuo aos diagnosticados.
Embora nem todas as leis mencionem o Alzheimer de forma explícita, o reconhecimento da incapacidade funcional permite o acesso a benefícios previdenciários e assistenciais. Em diversos casos, a doença é enquadrada como deficiência, abrindo portas para auxílios financeiros e isenções legais.

Benefícios financeiros e previdenciários

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) assegura um salário mínimo mensal a idosos com mais de 65 anos ou pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade. Para quem vive com Alzheimer, o auxílio pode ser solicitado mesmo sem contribuição ao INSS, desde que a renda familiar não ultrapasse um quarto do salário mínimo por pessoa.

Idosos que contribuíram para a Previdência também podem requerer auxílio-doença — em casos de incapacidade temporária — ou aposentadoria por invalidez, quando a condição é permanente. Nesses casos, há ainda um adicional de 25% sobre o valor do benefício para quem necessita de cuidador em tempo integral, recurso essencial nas fases avançadas da doença.

Isenções e outros auxílios

A legislação também concede isenção de Imposto de Renda a aposentados com diagnóstico de Alzheimer, reconhecido como forma de alienação mental. A medida reduz o impacto financeiro do tratamento contínuo.
Outros direitos complementares incluem:

  • Saque do PIS/PASEP, em casos específicos de incapacidade;

  • Quitação de financiamentos, quando há seguro por invalidez;

  • Atendimento preferencial e medicamentos gratuitos pelo SUS;

  • Curatela e decisão apoiada, que garantem administração legal dos bens do idoso;

  • Projetos de auxílio financeiro ao cuidador, em tramitação no Congresso Nacional, para reconhecer e apoiar quem dedica-se integralmente ao cuidado domiciliar.

Como solicitar os benefícios

O primeiro passo é obter laudo médico emitido por neurologista, geriatra ou especialista, comprovando o diagnóstico e o grau de dependência.
Os documentos exigidos variam conforme o tipo de benefício, mas geralmente incluem RG, CPF, comprovante de residência, exames e comprovantes de contribuição ao INSS.
Nos benefícios assistenciais, é obrigatória a inscrição no Cadastro Único. Já os previdenciários exigem perícia médica no INSS.

Em casos de isenção fiscal, curatela ou dúvidas jurídicas, é recomendável buscar orientação de um advogado especializado ou da Defensoria Pública, que pode auxiliar gratuitamente na garantia dos direitos.

Qualidade de vida e suporte ao cuidador

Além do amparo financeiro, a qualidade de vida do idoso com Alzheimer depende de acompanhamento médico, terapias cognitivas, alimentação equilibrada e estímulos sociais. O papel do cuidador é central nesse processo, sendo responsável por administrar medicamentos, organizar rotinas e manter o bem-estar do paciente.

Projetos de lei buscam reconhecer esse papel com apoio financeiro e capacitação profissional, fortalecendo a rede de cuidados no ambiente familiar.

Informação é proteção

Compreender os direitos do idoso com Alzheimer é fundamental para assegurar dignidade, segurança econômica e acesso aos tratamentos adequados. Benefícios como o BPC, aposentadoria por invalidez, isenção de impostos e auxílios complementares representam não apenas apoio financeiro, mas também o reconhecimento da importância do cuidado contínuo.

Garantir esses direitos é, acima de tudo, garantir respeito, amparo e qualidade de vida ao longo de toda a jornada do idoso.

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Redação
Redação do Site JusTocantins.
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