O Tocantins chega à 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA), com destaque internacional por conta dos resultados do Programa Jurisdicional de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (JREDD+). O Estado também leva à conferência sua estratégia de baixo carbono, chamada Tocantins Competitivo e Sustentável, considerada uma das mais avançadas entre os programas subnacionais no mundo.
Durante os dias 10 a 21 de novembro, representantes do governo tocantinense vão participar de cerca de 20 painéis. As discussões envolvem temas como redução de gases de efeito estufa, energias renováveis, preservação de florestas, biodiversidade e financiamento climático. As atividades acontecem em dois espaços da conferência: a Blue Zone, voltada ao público diplomático, e a Green Zone, aberta ao público em geral.
O governador Laurez Moreira tem na agenda reuniões bilaterais com investidores e organismos internacionais, ao lado do secretário de Meio Ambiente, Divaldo Rezende. Também participam dos debates Marli Santos, superintendente de Políticas Públicas Ambientais; Cristiane Peres, diretora de Inteligência Ambiental, Clima e Florestas; e as assessoras técnicas Izabel de Souza Acker e Ravenna Priscylla Pinto Vieira.
Protagonismo do Estado no mercado de carbono
Segundo Divaldo Rezende, o Tocantins chega à COP30 como referência mundial no mercado de crédito de carbono, graças ao avanço do Programa REDD+. “Vamos apresentar também outras ações extremamente estratégicas nas quais o Tocantins vem atuando, como o Programa Floresta+, lançado no dia 7 de novembro, além das iniciativas promovidas pelo Governo do Tocantins para zerar os processos de regularização ambiental. O Estado vem trabalhando com o setor produtivo e com a participação das comunidades em busca de um desenvolvimento sustentável, igualitário e inovador”, destacou o secretário.
Debates e painéis temáticos
A programação começou nesta terça-feira, 11, com o painel “Mecanismos de Financiamento Climático: REDD+ e Soluções Inovadoras para a Amazônia”, proposto pelo Estado do Amazonas e com participação de Marli Santos. Outros debates também envolvem o Tocantins, como o painel sobre mercado de carbono florestal, 13, consulta livre e informada dos programas JREDD+, 14, e financiamento das florestas tropicais, 15.
Sustentabilidade e competitividade
Para Marli Santos, o Tocantins chega à conferência levando toda sua experiência em agricultura de baixo carbono e estratégias sustentáveis. “Competitivo porque garante a transação e a venda das commodities produzidas no estado para o mercado internacional, mas também sustentável, pois assegura a qualidade de vida e os meios de subsistência dos povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares, além de preservar um meio ambiente saudável, que oferece serviços ecossistêmicos essenciais”, afirmou.
Reconhecimento e participação das comunidades
A superintendente também lembrou que o Estado teve documentos de registro e monitoramento do Programa Jurisdicional de REDD+ aprovados pelo secretariado do Padrão ART TREES, resultado de um esforço coletivo liderado pela Semarh.
Além disso, o Tocantins realizou o processo de Consulta Livre, Prévia e Informada (CLPI), com mais de 60 encontros participativos, envolvendo povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e agricultores familiares, além de produtores rurais e gestores estaduais.
“Tudo isso será apresentado na COP30, e temos muito orgulho de estar quase concluindo essa busca por financiamento climático, que é um desafio para todos os países com florestas. Nós merecemos ser remunerados pelo serviço ambiental que prestamos, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa por desmatamento e degradação”, ressaltou Marli Santos.










