O Ministério Público do Tocantins (MPTO) abriu o Inquérito Civil Público nº 5902/2025 para investigar suspeitas de desvio de recursos públicos, superfaturamento de contratos e repasses ilegais que envolveriam agentes políticos, familiares e empresários ligados à Prefeitura de Colinas do Tocantins. A portaria que autoriza o início das apurações foi assinada pelo promotor de Justiça Gustavo Henrique Lopes Fragoso e publicada no Diário Oficial do MPTO em 28 de outubro de 2025.
A apuração começou depois de uma denúncia apresentada à Ouvidoria do MPTO, em novembro do ano passado. O caso ganhou atenção após um vídeo publicado no canal On TV e uma matéria do site Egobrazil, que, apesar de focar em entretenimento e celebridades, divulgou o conteúdo na véspera das eleições de 2024. Esses materiais motivaram a investigação sobre possíveis irregularidades na gestão municipal.
De acordo com a denúncia, o suposto esquema teria movimentado mais de R$ 17 milhões em contratos suspeitos com duas construtoras e uma empresa de veículos. As empresas teriam sido usadas para disfarçar o desvio de dinheiro público e para repassar valores a pessoas próximas a integrantes da administração municipal.
Núcleos político e empresarial
O documento detalha a existência de dois núcleos de atuação. O núcleo político seria composto por gestores públicos e seus familiares, enquanto o núcleo empresarial ficaria responsável por manipular os repasses e dificultar o rastreamento das transações financeiras.
Envolvidos e movimentações financeiras
Entre os investigados estão o prefeito Josemar Carlos Casarin (União), o vice-prefeito, os secretários de Educação e de Obras, além de irmãos desses secretários. Também são citados um ex-vereador, dono de uma empresa de veículos, e o ex-vice-prefeito.
A denúncia ainda indica que os irmãos dos secretários teriam recebido R$ 15 mil e R$ 50 mil diretamente de uma construtora logo após repasses feitos pela prefeitura à empresa. Esses valores seriam parte de um suposto retorno de recursos públicos desviados para favorecer aliados políticos. Um homem com histórico criminal também teria recebido mais de R$ 20 mil da mesma construtora, o que reforçou as suspeitas sobre o esquema.










