Uma operação da Polícia Federal, batizada de Saque Fantasma, foi deflagrada nessa quinta-feira, 9 , com o objetivo de interromper um esquema de fraudes milionárias que atingia o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A apuração começou em 2021, no Tocantins, e revelou um grupo especializado em usar indevidamente dados pessoais de trabalhadores para sacar valores de forma ilegal por meio da modalidade Saque-Aniversário, utilizando o aplicativo oficial do FGTS.
Durante a ação, equipes federais cumpriram mandado de busca e apreensão em Açailândia (MA), expedido pela Justiça Federal de Palmas (TO). O foco da operação é reunir provas sobre o funcionamento do golpe, confirmar o envolvimento do principal suspeito e identificar possíveis comparsas ligados à rede de fraudes.
De acordo com a Polícia Federal, os responsáveis pela fraude manipulavam informações sigilosas de trabalhadores, obtidas de forma ainda não esclarecida. Com esses dados, simulavam acessos legítimos às contas do FGTS e realizavam saques não autorizados. Após retirar os valores, os criminosos transferiam o dinheiro para contas digitais e cooperativas de crédito, numa tentativa de mascarar a origem ilícita dos recursos.
Crimes e possíveis penas
O investigado apontado como líder do grupo pode responder por furto qualificado mediante fraude eletrônica e uso de documento falso. Somadas, as penas desses crimes podem chegar a 14 anos de prisão, além de multa.
Fundo social entre as principais vítimas
Criado para amparar trabalhadores demitidos sem justa causa, o FGTS é um fundo de caráter social e trabalhista, o que torna o golpe ainda mais grave. As fraudes comprometem diretamente o patrimônio de cidadãos comuns, que podem ser prejudicados sem sequer perceber o desvio de seus valores.
Nome da operação faz alusão ao tipo de golpe
A escolha do nome “Saque Fantasma” faz referência à forma de atuação dos criminosos, que conseguiam retirar o dinheiro das contas das vítimas de modo “invisível”, sem despertar suspeitas. O esquema envolvia falsificações e manipulações digitais, o que dificultava a identificação imediata das fraudes.