O Tocantins encerrou o mês de abril com sinais de alerta em relação ao clima e aos riscos ambientais. Dados divulgados pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) nesta terça-feira, 6, no 34º Boletim Climático e de Riscos de Incêndio, revelam uma significativa redução das chuvas no estado entre os dias 24 e 30 de abril, com precipitação concentrada em apenas duas cidades.
A máxima de chuva registrada foi de 97,7 mm, e a mínima, de apenas 0,4 mm. No balanço de abril, a porcentagem de precipitação em relação à média histórica variou entre 39,2% em Palmas e 184,8% em Peixe, demonstrando forte disparidade entre os municípios.
Durante o período analisado, a umidade relativa do ar oscilou entre 39,2% e 74,3%. A temperatura média semanal atingiu picos de 33,9°C, com mínimas na casa dos 27,9°C, o que reforça o cenário de clima seco e quente, típico da transição para a estação de queimadas.
Rios sob monitoramento
As medições nos principais rios do estado revelaram os seguintes níveis: Rio Paranã (3,75 m), Rio Palma (3,36 m), Rio Santa Tereza (3,31 m), Rio Manuel Alves Grande (2,17 m), Rio Formoso (4,34 m) e Rio Javaés (3,99 m). Esses indicadores são acompanhados com atenção por sua relação direta com abastecimento, irrigação e risco ambiental.
Focos de incêndio dobram em uma semana
Um dos pontos de maior destaque do boletim foi o salto de 22 para 48 focos de queimadas em apenas sete dias uma alta de 118%. No total, os registros abrangeram 27 municípios. Desde o início do ano, já são 330 focos contabilizados.
Entre os locais com maior número de ocorrências estão Mateiros, com 7 focos (14,6% do total semanal), e Dueré, com 4 focos (8,3%). Ananás, Formoso do Araguaia e Marianópolis aparecem na sequência, com 3 focos cada.
Qualidade do ar ainda é considerada boa
Apesar do aumento dos focos de fogo, a média mensal de concentração de material particulado (MP2.5) em Palmas permaneceu dentro da faixa considerada segura, segundo as medições da Rede PurpleAir.
Monitoramento integrado
As informações do boletim são elaboradas pelo Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma) da Semarh, com base em dados de instituições como o Inpe, Inmet, Enerpeixe, ANA/CPRM, Semades e a rede PurpleAir.