Uma ofensiva policial de grande escala foi deflagrada na manhã de quarta-feira, 30, para enfrentar uma organização criminosa especializada em furtos de defensivos agrícolas na região central do Tocantins. Denominada Operação Evolution, a ação envolveu o cumprimento de mandados judiciais e prisões em quatro municípios: Porto Nacional, Monte do Carmo, Silvanópolis e Palmas.
Durante o cumprimento dos mandados, as forças policiais realizaram cinco buscas domiciliares e prenderam quatro suspeitos, um deles em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Um revólver calibre .38 e diversas munições também foram apreendidos. Entre os detidos estão indivíduos já conhecidos das autoridades por envolvimento em crimes anteriores.
Dois deles, “TH” (27 anos) e “Banguela” (41 anos), já estavam recolhidos na Unidade Penal de Porto Nacional. “Gui” (29 anos) passou a cumprir prisão domiciliar com monitoramento eletrônico, enquanto “Barone” (27 anos) foi detido em Monte do Carmo com a arma ilegal.
O caso teve início no final de dezembro, quando uma carga de agrotóxicos foi levada durante um assalto a uma propriedade rural em Silvanópolis. A carga foi localizada horas depois graças a uma ação conjunta entre as polícias Civil e Militar. A partir daí, a Delegacia Especializada de Combate aos Crimes Rurais (Deleagro) iniciou um trabalho minucioso para rastrear os responsáveis pela ação.
Grupo atuava com organização profissional
Conforme o delegado Gustavo Henrique da Silva Andrade, os criminosos demonstravam um alto grau de planejamento. “No decorrer da investigação, após análise de dispositivos informáticos, foi possível identificar um grupo criminoso que articulou a ação, o núcleo responsável pela escolta da carga, o núcleo do articulador e o planejador do crime, bem como o apoio logístico de transbordo da carga e local de armazenamento para ‘esfriar’ os produtos. Pela análise dos dados, foi possível identificar que os investigados planejaram o crime, ao menos, 22 dias antes, fazendo levantamentos do local e estudando melhor data para cometer o crime, analisando os riscos desde a rotina da fazenda, quanto da possibilidade de policiamento na região”.
A investigação revelou diferentes núcleos dentro da quadrilha: o grupo que executava o roubo, outro responsável pelo transporte da carga e um terceiro que organizava a armazenagem em locais considerados ‘seguros’ até que o produto pudesse ser repassado.
Comunicação codificada e divisão de tarefas
Mensagens interceptadas mostraram que os membros usavam celulares distintos para comunicação pessoal e para “fazer TRAMPO” expressão usada por eles para se referir às ações criminosas. Os áudios e vídeos analisados pela equipe revelaram uma estrutura clara: enquanto “TH” filmava os produtos dentro do caminhão roubado, “Banguela” recebia as imagens. Em seguida, “Gui” providenciava o esconderijo da carga. Eles ainda trocavam mensagens alertando sobre movimentações policiais.
Compromisso com o campo
Para o delegado Gustavo Henrique, a operação é um passo importante na proteção ao setor agropecuário da região. “Essa operação especificamente foi muito importante porque conseguimos desarticular essa organização criminosa que vem atuando na região de Porto nacional, Monte do carmo, Silvanópolis e Ipueiras. Com isso, ratificamos o compromisso da Polícia Civil em buscar garantir a segurança para o produtor rural e assegurar que a investigação seguirá até estancar toda cadeia criminosa, até os receptadores”.
Operação Evolution
O nome da operação faz referência à marca do produto agrícola que foi roubado no assalto de dezembro, simbolizando a resposta à sofisticação do esquema criminoso.
